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Porquê não reagir às deportações de Trump – 27/01/2025 – Joel Pinho da Fonseca

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As deportações dos últimos dias foram basicamente iguais às feitas pelos EUA já há alguns anos. No governo Biden, por exemplo, mais de 7.000 brasileiros foram deportados para cá, inclusive com o uso das algemas. Os 88 brasileiros que chegaram na sexta-feira, aliás, tinham sido apreendidos no governo Biden e aguardavam a deportação.

O que mudou, portanto? Primeiro: agora foram aviões militares. Segundo: o presidente agora era Trump. Ele próprio alardeia seu combate contra a imigração uma vez que alguma coisa sem precedentes. Ele de indumentária promete aumentar substancialmente as deportações, mas o que vimos essas dias foi perenidade, não mudança.


As reações escandalizadas de agora, portanto, se devem a nossos vieses. E caem uma vez que uma luva para Trump, que quer ser visto uma vez que duro com a imigração. Deixar progressistas indignados é um lucro para ele. Foi para isso que foi eleito. Assim, a reação do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, de proibir o pouso do avião de deportados foi um prato pleno para Trump.

Primeiro porque foi uma decisão completamente equivocada e, portanto, à qual foi fácil de se contrapor. Petro mandou o avião americano que já tinha sido autorizado dar meia-volta. Mais grave ainda: impediu os cidadãos de seu próprio país de voltarem para vivenda, fazendo com que ficassem mais tempo presos em centros de detenção americanos. Armar um circo de ultraje moral performático às custas dos próprios cidadãos não é boa política.


Petro ainda subestimou o preço que a Colômbia pagaria. Trump reagiu à pequena ofensa colombiana com força brutal: tarifaço para todos os produtos colombianos e sanções diplomáticas a membros do governo e seus apoiadores. Petro até tentou reagir: também ameaçou tarifas e ainda publicou um textão sentimental e patriótico na rede X em que citava “Centena Anos de Solidão” e sugeria a Trump a tomarem “uma ração de whisky”.

Imagino que seus assessores devem ter deixado evidente ao presidente que a fantasia de ser um Aureliano Buendía numa guerra trágica fadada à itinerário não faria zero muito ao país. Em poucas horas, Petro voltou detrás e aceitou todos os termos dos EUA. Saiu humilhado. O governo Trump, por sua vez, pôde publicar que “os eventos de hoje deixam evidente para o mundo que a América [ou seja, os EUA] é respeitada novamente”.


Tudo que Trump deseja é enfrentar a oposição no campo puramente moral. De um lado, o interesse do país, que ele representa; do outro, o reverência a direitos abstratos exigidos por uma classe de intelectuais e políticos de esquerda (e que, subentende-se, não servem ao interesse vernáculo).


Já o Brasil mostra mais perceptibilidade. O confronto direto com Trump é um erro. Em cada conflito individual com países latino-americanos, ele provavelmente conseguirá o que quer, dada a disparidade de armas.

Fica, mas, a prelecção: não dá para relatar com os EUA no porvir. Ele vai querer impor sua vontade de qualquer maneira, usando todos os meios à sua disposição. Portanto, também não dá para depender dele. Cada enlevo de superioridade americana nos faz querer mais intervalo do valentão do parquinho. O saldo final, para os EUA, será alongar seus aliados cada vez mais. Precisaremos de novos parceiros. O único jeito de convencer os EUA a serem cooperativos novamente é mostrar que o egoísmo excessivo é um mau negócio.


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