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Liderança Nutella está afundando as empresas – 17/03/2025 – Natalia Beauty

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Os novos líderes querem ser fofos. Querem ser legais. Querem ser aceitos. E é logo que muitas empresas estão indo direto para o buraco. O mercado de trabalho virou um berçário onde líderes andam na ponta dos pés para não magoar suscetibilidades, enquanto equipes inteiras confundem feedback com ofensa e cobranças com assédio.

Eu já caí nessa insídia. Tentei ser a dirigente compreensiva, a que sempre escuta, a que nunca impõe. Achei que ser uma liderança gentil criaria um envolvente harmonioso, onde todos dariam o melhor de si. O que aconteceu? Meus colaboradores confundiram a empresa com um grupo de terapia e, quando precisei ser firme, vieram as caras fechadas, as mensagens passivo-agressivas e o clássico “essa empresa não valoriza as pessoas”.

Desde quando exigir comprometimento virou vexame? Desde quando dar um feedback honesto é visto uma vez que violência emocional? Empresas Nutella são aquelas onde o dirigente pede, não exige. Onde críticas negativas precisam vir embaladas em cinco elogios para não magoar o ego frágil dos colaboradores. Onde profissionais medíocres crescem simplesmente porque os líderes têm pavor de prescindir.

E sabe qual é o maior problema? No meio desse caos emocional, os talentos de verdade vão embora. Nenhum profissional de cumeeira nível quer um líder que passa a mão na cabeça. Querem um líder que impulsiona, que desafia, que serpente superioridade. O mercado é brutal e não quer saber do seu afeto. Ele quer resultado.

Só que, nos últimos anos, ser um líder firme virou sinônimo de tirania. Qualquer cobrança mais direta é taxada de autoritarismo. Qualquer exigência de produtividade vira gatilho. Qualquer tentativa de manter um padrão de superioridade é interpretada uma vez que falta de empatia. As empresas estão reféns de um pavor irracional de desgostar. E, ironicamente, essa cultura do protecção irrestrito está afundando as próprias pessoas que diz querer proteger.

Porque a vida real não tem paciência para mimimi. O cliente não quer saber se o colaborador estava sobrecarregado e por isso entregou um trabalho mediano. O investidor não se importa se a equipe não estava motivada o suficiente para espancar a meta. O mercado é uma selva e está deixando de ser liderado por leões para ser tomado por cordeiros.

Isso significa que líder não pode ter empatia? Simples que não. Mas empatia sem exigência gera times fracos. E times fracos fazem empresas falirem. O problema não é albergar, o problema é transformar protecção em desculpa para a falta de profissionalismo.

Os resultados não mentem. Empresas que tentam aprazer a todos e evitam decisões difíceis, quebram. Líderes que têm pavor de desgostar, fracassam. E colaboradores que querem conforto em vez de prolongamento, ficam estagnados.

Eu já tentei ser a dirigente perfeita, a que todos gostam, a que nunca desagrada ninguém. Aprendi da pior forma que liderança não tem zero a ver com ser estremecido. Tem a ver com fazer a empresa crescer, com prometer que o time entregue.

Ser líder é tomar decisões impopulares quando necessário. É ter coragem para proferir o que precisa ser dito. É saber que, em alguns momentos, você será o vilão da história e isso faz segmento do jogo.

E está tudo muito.

Porque o melhor líder não é aquele que protege o time do mundo real. É aquele que prepara seu time para vencê-lo.

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