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Eu fui amamentada com livros

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“Eu fui amamentada com livros. Minha mãe e minhas babás não nos contavam histórias, liam para nós com os livros no pescoço. Portanto, a primeira vocábulo que me chegou foi a escrita. E a vocábulo vocal é muito dissemelhante da escrita. A vocábulo escrita implica uma sofisticação, a constituição exata de uma frase. A vocábulo vocal é muito dissemelhante, se improvisa, inclui gírias. Eu nunca fui educada com a vocábulo vocal”.

Filha de italianos e nascida na Eritreia, os primeiros anos de Marina acompanharam as andanças do pai, funcionário de um órgão controlado pelo governo fascista. Ainda viveu na Líbia e na Itália. No final da dez de 1940, por conta da situação da Europa, a família de Marina se mudou para o Brasil.

Na puerícia, fez dos livros companheiros inseparáveis. Era entre as páginas e histórias que se encontrava no mundo. Quando chegou no Rio de Janeiro e foi morar numa mansão que ficava no atual parque Laje, encontrou ecos daquilo que havia sabido na literatura de nomes uma vez que Emilio Salgari e Rudyard Kipling.

“Eu tinha o cheiro da selva, que havia aprendido nos livros, dentro do nariz. Na primeira noite que passei no Parque Lage, abri as janelas para que entrasse o ar daquela selva misteriosa. Eu cheirei e reconheci o cheiro que eu havia lido em tantos livros. Pensei: portanto o cheiro do Brasil é esse”, relembrou em nossa conversa.

Levou, uma vez que sabemos, essa relação com as palavras para toda a vida. Via a trova uma vez que fundamental pela liberdade do gênero, por uma vez que cada leitor pode interpretar um poema de consonância com suas próprias emoções, de consonância com a temporada de sua vida. Uma literatura que não fala através das palavras, mas por trás das palavras, ilustrava.

Conecta com a forma uma vez que Marina enxergava a literatura feita para crianças, a espaço em que mais se destacou. O colega Bruno Molinero, que faz um trabalho espantoso na cobertura dos livros infantis e juvenis, ressaltou: para a autora, um texto para os pequenos não tem a obrigação de ensinar zero.



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