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Você não precisa completar álbum em sua carteira de investimentos – 15/04/2025 – De Grão em Grão

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Tem gente que trata a carteira de investimentos porquê um álbum de figurinhas da Despensa. Não pode ouvir falar de um ativo novo que já vem perguntar: “Tá faltando isso na minha carteira?” Porquê se existisse uma lista solene, um checklist universal que todo investidor “de saudação” precisasse seguir à risca para ser considerado completo.

Recebo com frequência pedidos assim: “Estou pensando em somar cripto, pois ainda não tenho” , “Minha carteira ainda não tem internacional”, “Não tem Tesouro direto” ou “Está faltando a parcela de renda em ações de dividendos e fundos imobiliários.” A sensação que dá é que não ter determinada classe de ativos é uma lapso, independentemente do objetivo, do perfil ou do momento de vida de quem investe. Porquê se o foco estivesse em completar a coleção, não em erigir um caminho eficiente.

Mas investir não é colecionar figurinhas. Ter todas as classes de ativos não garante uma boa carteira, assim porquê ter todas as figurinhas não te faz entender de futebol. O que define uma carteira muito montada é o quanto ela te aproxima dos seus objetivos, com o risco adequado. E isso muda de pessoa para pessoa. Uma carteira enxuta pode ser mais eficiente do que uma repleta de ativos escolhidos unicamente para “não faltar zero”.

Essa lógica de preencher espaços em branco também contamina outras decisões. Tem quem ache que um ativo precisa ser trocado só porque está há muito tempo na carteira. Quase porquê se fosse uma figurinha repetida ou porquê se tivesse prazo de validade. Mesmo sem mudanças relevantes no cenário ou na tese, o investidor se inquieta. É o efeito da prateleira: se não for novidade, parece que perdeu valor.

Outro exemplo é a preocupação por simetria. Ações e fundos imobiliários precisam ter pesos parecidos. Prefixados e IPCA+ também. Porquê se congruência estratégica pudesse ser medida em estética de planilha. Esquecem que uma carteira muito feita é justamente aquela que desequilibra em prol daquilo que faz mais sentido.

O mercado adora vender ideias prontas, e o investidor acaba buscando montar a carteira perfeita porquê quem preenche uma ficha cadastral: um pouco de tudo para não parecer incompleto. Só que ninguém te conta que esse “tudo” pode te alongar do que realmente importa.

A questão não é o que está faltando na sua carteira, mas o que está sobrando. Antes de trespassar comprando um ativo novo, pergunte-se: isso melhora sua estratégia, ou unicamente preenche um espaço vazio no seu álbum imaginário?

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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