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Velocidade e risco: investir não é pisar fundo sem olhar a estrada – 03/02/2025 – De Grão em Grão

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Você já percebeu uma vez que, ao guiar, ajustamos involuntariamente a velocidade dependendo das condições da estrada? Se o tempo está ensolarado, com pista seca e tráfico ligeiro, pisamos no acelerador sem pânico. Mas se começa a chover possante e o asfalto fica escorregadio, reduzimos a velocidade e dirigimos com mais cautela. Isso não significa que, só porque estamos dirigindo lentamente, chegaremos atrasados. Pelo contrário, pode ser a única forma de prometer que chegaremos ao sorte sem um acidente.

Nos investimentos, funciona da mesma maneira. Muitos acreditam que basta escolher o ativo com o maior retorno potencial e esperar que ele se concretize. Mas essa é uma cilada perigosa. O que realmente importa não é exclusivamente o retorno que um investimento pode oferecer, mas a distribuição de possibilidades que ele carrega. Ou seja, os diferentes cenários de lucro e perda que podem se concretizar ao longo do tempo.

Imagine dois investimentos. O primeiro tem um retorno médio esperado de 15% ao ano, mas sua distribuição de resultados é ampla: há 30% de chance de um retorno de +40%, 40% de chance de um retorno de +15% e 30% de chance de uma perda de -10%. Já o segundo investimento oferece um retorno médio menor, de 12% ao ano, mas com uma distribuição mais sólido: em 90% das vezes, o retorno varia entre +10% e +14%, com exclusivamente 5% de chance de retorno pior que +10%. Qual dos dois você escolheria?

Não há uma resposta certa. Depende de seu perfil de investidor. O problema é que muitos investidores olham exclusivamente para os 30% de chance de ganhos extraordinários, ou seja de +40%, no primeiro investimento e ignoram completamente os 30% de risco de prejuízo significativo.

Só percebem o erro quando enfrentam três ou quatro anos seguidos de perdas e abandonam o investimento no pior momento, realizando um prejuízo que poderia ter sido evitado. Esse erro vem da ilusão de que retornos esperados são certezas, quando na verdade são exclusivamente médias de múltiplos cenários possíveis.

Outro problema generalidade é quando o investidor se apega a um único ativo por sua subida rentabilidade recente ou porque a recomendação de ação por um comentador é de ganhos extraordinários. Se um setor da Bolsa sobe muito em um limitado período, ele acredita que continuará subindo e concentra grande secção do patrimônio ali. Ou acredita que o comentador não erra.

Mas ao fazer isso, deixa de considerar que retornos passados não garantem retornos futuros e que, muitas vezes, setores que tiveram fortes altas podem ser os próximos a emendar. Ou esquece que a recomendação do comentador depende em grande secção do cenário econômico e competitivo realizado.

Investir não é um jogo de sorte onde basta escolher a maior recompensa e torcer. É uma questão de alinhar as expectativas com a veras das probabilidades. Às vezes, optar por retornos um pouco menores, mas mais consistentes, é a escolha mais inteligente. E isso não significa transfixar mão de rentabilidades elevadas, mas sim evitar apostas cegas em ativos que podem entregar perdas significativas.

Antes de tomar sua próxima decisão de investimento, pergunte-se: estou analisando todas as probabilidades ou estou exclusivamente seduzido com a promessa de um grande retorno? Guiar lentamente em dias de tempestade pode ser a única forma de prometer que você realmente chegue ao seu sorte. Enfim, prometer que você alcance seu objetivo é ainda mais importante que obter mais cedo, mas com a incerteza de nunca chegar.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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