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Um papa que conectava o mundo

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Ali, rezava pela primeira vez no Vaticano pelo meio envolvente, um ato corajoso para colocar o tópico em tarifa. Com a reunião do Sínodo da Amazônia, Francisco reforçou essa visão, trazendo para o meio do debate a verdade das populações originárias e a relação entre degradação ambiental e injustiça social, permeadas também pela questão racial.

A figura de Francisco tocou de forma um muita gente porquê eu, que nasci na Rocinha. Suas palavras refletiam minha própria verdade, meus posicionamentos. Era porquê se, pela primeira vez, encontrasse um camarada e pudesse conversar sobre o mundo a partir da laje. Mas não qualquer camarada, e, sim, um papa, latino-americano, com linguagem atingível, que tornava compreensíveis temas complexos, ecoando as vozes dos esquecidos. Vozes porquê as dos meus vizinhos.

A forma “extremamente radical de amar as pessoas” marcou o pontificado de Francisco, porquê observou o padre Arnaldo Rodrigues, assessor de prelo da Conferência Vernáculo dos Bispos do Brasil (CNBB). Seja em audiências privadas ou em grandes eventos, ele demonstrou uma genuína preocupação com o próximo, convidando toda a humanidade a um encontro também radical com o outro. E isso não era milagre, era o mínimo.

A partida de Francisco deixa lacunas: a de um líder religioso que viveu a fé na proximidade com os mais necessitados, alertando e conectando o mundo sobre a urgência de um porvir mais justo e sustentável. E a vazio de Jorge Bergoglio, uma voz que, ainda na Argentina, ecoava as realidades das periferias e a urgência de cuidar da nossa vivenda geral – a Terreno.

Perco também o camarada com quem muitas vezes tive a esperança de me encontrar pessoalmente, enquanto jovem forjado em grupos dentro da Igreja, desde a sua vinda na Jornada Mundial da Juventude. Não foi provável. Mas seus ensinamentos seguirão.



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