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Um papa conservador pode se opor à barbárie de Trump – 22/04/2025 – Vinicius Torres Freire

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João Paulo 2º, papa de 1978 a 2005, militou pelo termo do comunismo. Contribuiu por vias indiretas, de efeito prático mínimo, para a derrocada soviética. Era anticomunista por todos os motivos óbvios, inclusive por ser polonês. Acabou por fazer secção da frente liderada por Ronald Reagan, que estressou até a morte o coração econômico-militar da União Soviética.

Francisco era das lideranças políticas mais sensatas e, habilidosas do planeta, uma raridade. Procurou reformar o Vaticano, suas finanças e corrupções, refazer o escola de cardeais ou dar um fado sério, mas ainda muito modesto, ao caso da pedofilia, tudo isso sem promover terremoto que o incapacitasse politicamente. Para quem enxerga o catolicismo pelo monóculo da política ou de guerras culturais, parecia alguém que procurava reformar ideias católicas sobre costumes.

Francisco não era muito isso ou muito longe de ser somente isso; a igreja está dividida, com muitos insatisfeitos com o mundanismo, uma vez que o dito progressista. Mas seu termo repercute na mídia por meio de comentários sobre direitos LGBTQIA+ ou de opiniões de evangélicos, sem se levar em conta o que o papa tentava modificar e preservar da princípio e da prática católicas. Talvez essa pobreza intelectual e, para quem é religioso, místico, se explique pela decadência do prestígio do catolicismo, pelo ignorância do que seja essa religião e a ignorância universal, que tudo vê e tudo mói pela política ou ideologia vulgar, seja no caso de religião ou do que sobrou de ideias e artes.

Mas assim era visto Francisco, o progressista o quanto provável. A vida desse papa ligeiramente mais xabregano, mas política e espiritualmente muito jesuíta, se encerrou no repique da grande vaga reacionária que se vê no mundo faz uma dezena. Mal era ouvido por quem tem poder secular.

Agora, nas discussões ultramundanas do que será do catolicismo, a sucessão, especula-se que “os papáveis” favoritos são conservadores. O que seria conservador? Para certa esquerda cultural-midiática, ressalte-se, trata-se de saber das preferências papais ou do escola de cardeais a saudação de ordenamento de mulheres, homossexuais etc. são retrógradas, se é preciso expressar. O caso não é muito esse.

Talvez interessasse pensar se pode ser eleita a teoria de uma igreja que viria a se recolher em si mesma. A igreja dos poucos seria em secção aquela de Bento 16, daqueles capazes de compreender e pensar as exigências radicais de fiscalização de consciência, da fé na vida eterna, da misericórdia, do sacrifício, do guarida e do reconhecimento da vaidade das coisas do mundo. O tema pode interessar até quem trata de religião uma vez que mera política.

O novo papa vai reivindicar contra o risco renovado e aumentado do desprezo pelos direitos humanos em universal? Considere-se Donald Trump, o flagelo de Deus. Agora mesmo, noticia-se que o Departamento de Estado, as relações exteriores, vão largar até a semblante de resguardo de democracia, direitos humanos e tranquilidade. Prega-se a perseguição de pessoas entre as mais danadas da terreno, imigrantes. A tranquilidade se dana, faz-se o hosana da força bruta.

O novo papa vai ser um conservador da igreja e capaz de falar contra o progressão dos bárbaros? Não fará grande diferença prática, mas interessa saber, se o caso é falar de política.


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