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Um dia para compreender uma vez que o feminismo pode emancipar todo mundo
Tapinha nas costas seguido de “parabéns pelo dia de hoje” não nos comove. Precisamos de ajuda na divulgação das violências que o machismo gera. Com dados. Precisamos de oportunidades, de promoções, de salários iguais, de licença paternidade estendida, de não sermos julgadas por nossa aspecto, de reverência, de ambientes saudáveis. Trata-se de uma construção diária.
E precisamos de aliados que compreendam que ser varão no patriarcado é viver dentro da maior das castrações.
Homens são castrados em suas emoções, em suas vulnerabilidades, no recta de pedir ajuda. O patriarcado coloca os homens dentro de uma jaula de grades fortes e os convence de que, dentro dela, eles são poderosos, os donos do mundo. De vestuário o poder é entregue – ele se manifesta sobre os corpos femininos. Mas a um dispêndio altíssimo.
É responsabilidade de um varão ser viril, sustentar o membro ereto o tempo inteiro, engolir a dor, dar conta de cuidar da família mesmo tendo que trabalhar 20 horas por dia sete dias por semana, não se deixar cruzar por emoções, ser violento sempre que quiser, penetrar sem nunca ser penetrado.
Essa masculinidade é uma performance. Homens precisam se provar homens todos os dias para os demais homens. Ou fazem isso ou serão chamados do pior xingamento provável: serão chamados de mulheres.
Desde cedo, homens aprendem que o feminino é menor. É frágil. É desprezível. É debochável. Homens são formados em oposição a tudo o que esteja na ordem do feminino. Ser varão é, antes de qualquer coisa, não ser mulher.