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Trump lança base de sua milícia armada privado ao perdoar golpistas

Estamos falando de um pouco muito mais multíplice, que vai além de exércitos de perfis falsos pagos e fãs que fariam quase de tudo por seu herói. É violência política para moldar a opinião pública à sua imagem e semelhança. Tanto que, na eleição de 2022, vimos pessoas serem assassinadas. Porquê o petista Marcelo Arruda, morto pelo bolsonarista Jorge Guaranho, em julho daquele ano, durante sua sarau de natalício com temática lulista, em Foz do Iguaçu (PR).
Os Camisas Negras, do fascismo italiano, atacavam jornais, movimentos políticos, sindicatos, grevistas, intelectuais e quem ousasse ir contra os ideais que seus líderes defendiam. Pregavam, através do susto e da porrada, o nacionalismo e repudiavam o comunismo, o liberalismo e o pacifismo. Seria leviano confrontar dois momentos históricos diferentes em poucas linhas. Até porque, a Itália da primeira metade do século 20 não contava com nossa tecnologia de notícia, que garante que ações de justiçamento sejam promovidas de forma imediata e massiva, em sucessivas vezes, com reles dispêndio.
Hoje aponta-se para o “inimigo”, inventa-se “crimes”, e as milícias fazem o trabalho sujo. Esse tipo de ação – que nasce na rede e se derrama para fora – não pode ser encarada uma vez que um pouco trivial. É grave e está diretamente relacionada à lenta corrosão de instituições.
Nesse caldo, casas começam a ser pichadas com frases preconceituosas, pessoas sofrem assédio pesado em seus locais de trabalho, profissionais apanham na rua enquanto trabalham ou manifestantes “do lado inverídico” correm o risco de morrer.
E, para além da milícia organizada, há também a ação pulverizada de lobos solitários. Qualquer um pode fazer secção disso, defendendo “o líder supremo”.
Hoje, Donald Trump conta com o esteio da maioria da população, da Câmara e do Senado e da Suprema Golpe. Sua milícia privado pode, nesse sentido, agir contra dissidentes em um neomacarthismo. Mas se perder o esteio da população e de instituições caso, por exemplo, não consiga encolher a inflação e melhorar o dispêndio de vida, as milícias podem passar a defendê-lo com unhas, dentes e armas contra tudo e todos.