Curiosidades
Serra em forma de pirâmide no coração da Amazônia levanta suspeitas e lendas
No meio da imensidão verdejante da Amazônia peruana, uma formação rochosa em forma de pirâmide tem intrigado cientistas e inspirado lendas ancestrais. Com tapume de 400 metros de profundidade, o Cerro El Cono desponta solitário entre as copas da floresta, contornado por mistério, espiritualidade e hipóteses ainda sem resposta.
Localizado na isolada região da Sierra del Divisor, próximo à fronteira com o Brasil, o monte tem chamado atenção pela sua simetria quase perfeita e por se erguer abruptamente em uma das áreas mais remotas e preservadas da América do Sul. Em dias de firmamento limpo, pode ser enxergado a mais de 400 quilômetros de intervalo, inclusive desde os Andes.
Geólogos especulam que El Cono possa ser o que restou de um idoso vulcão, ou ainda o resultado de forças geológicas raras que deram forma à sua estrutura cônica. Até agora, porém, nenhuma expedição científica conseguiu confirmar essas hipóteses com dados sólidos, em secção por culpa da dificuldade de chegada à região.
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Mas para os povos indígenas locais, a explicação é outra — e muito mais simbólica. A serra é tida porquê um “Apu”, nome oferecido às montanhas sagradas na tradição andina, consideradas entidades espirituais protetoras. Para esses povos, El Cono é um guardião da floresta, venerado com saudação e temor.
Além das crenças tradicionais, há quem defenda teorias mais ousadas: algumas pessoas sugerem que El Cono seria uma pirâmide construída por civilizações antigas, agora camuflada pela ação do tempo. Até o momento, essa hipótese não passa de especulação — não há qualquer evidência arqueológica que a sustente.
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O monte fica às margens do rio Ucayali, um dos principais formadores do Amazonas. Toda a região ao seu volta foi transformada em parque vernáculo em 2015, criando o Parque Pátrio Sierra del Divisor, com mais de 1,3 milhão de hectares protegidos. A superfície é considerada uma das mais biodiversas do planeta, lar de espécies ameaçadas porquê o tatu-canastra, a onça-pintada e diversas espécies de macacos.
Ainda assim, mesmo com o status de proteção, a região enfrenta riscos crescentes: desmatamento ilícito, mineração clandestina e caça colocam em xeque o estabilidade desse santuário originário — e também a sossego em torno do sibilino Cerro El Cono.