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Por onde for, quero ser seu Einsteeeein – 11/02/2025 – Bia Braune

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No núcleo vetusto de Praga, uma plaquinha discreta num sobrado próximo à terreiro principal eterniza uma certa noitada. “Cá, nos salões da Sra. Berta Fanta, Albert Einstein –responsável da Teoria da Relatividade e ganhador do Prêmio Nobel– tocou violino e encontrou seus amigos, os famosos escritores Max Brod e Franz Kafka.”

Cheguei a pensar, diante desse perfil em bronze do físico teutónico. “Sim, sim, fascinantes convivas, certamente uma farra e tanto, mas… O que será que Berta serviu a essa gente toda? Cerveja tcheca? Picles de salsicha?”

De combinação com o IBGE das baladas e convescotes, pertenço à classe de indivíduos com animação “nível médio”. Um tanto entre “ermitão insanável”, largado de moletom no sofá, e “inimigo do término”, que só vai embora depois que alguém taca balde d’chuva e ameaço invocar a polícia. Ou seja: a bateria social sempre ali pelos 43%.

Em sendo assim, admiro não unicamente a disposição mas a logística daqueles que amam e sabem receber. Merecedores do preconização sumo que corria muito mais frequente nas soirées de outrora, por entre dentadas em canapés e goladinhas de ponche. “Fulano é… lar enxurrada!”

Hoje em dia, de tão vasqueiro, todo invitação que chega –mesmo sem antrax ou substâncias explosivas– pretexto mortificação. A exemplo do último dança do Predomínio, aprendemos que reviravoltas costumam suceder durante rega-bofes muito aguardados, haja perdiz ou miojo da Turma da Mônica no cardápio.

Pensamento positivo: o anfitrião estará de banho tomado à hora combinada. Caso faltem cadeiras, haverá braços de sofá e o pescoço de completos desconhecidos encurtando a intervalo entre pessoas. Sem vaidade, caladões ficarão à vontade, quiçá abraçados ao pet da sarau. Por fim, o que seria dos fóbicos, dos sem jeito e dos enfurnados convictos não fosse pela super bonder comunal desses hosts que insistem na raça humana?


Perfurar salões –mesmo que relativos, tendendo mais a quitinetes– é uma ciência inexata e tão enigmática quanto a que tange os buracos negros. Porém, temos algumas respostas. Acabou o gelo? Delivery resolve. A música tá subida? Bate lá no síndico e já labareda para a rodinha de violão. Sim, aquela que toca “Andança” nos tons dissonantes da alegria.

Até porque, a relatar só pela plaquinha, há divergências se o gênio da física era tão bom assim ao violino. Em qualquer momento, sua amiga Fanta deve ter dito: “Ô Albertinho, larga essa seriedade e dá uma palinha…”.

Boralá, no refrão: “Por onde for/ quero ser seu Einsteeeein”.


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