Esporte

Peste, guerra, secas e a comida rosto durante Lula 3 – 12/03/2025 – Vinicius Torres Freire

Published

on



O preço da comida que se leva para vivenda, “alimentação no morada”, aumentou em média 7,1% em 12 meses até fevereiro. Em novembro do ano pretérito, havia aumentado 8,4% em um ano. O consumidor teria notado a melhoria?

Improvável, não só por motivo da variação pequena. Não somente também porque o preço de víveres essenciais, como ovos, acaba de aumentar 15,4% em um mês. O nível dos preços da comida e de produtos essenciais é que está superior, tendo subido muito mesmo antes de Lula 3, porquê se observa nestas colunas faz tempo.

Para que esse problema fique menor, é preciso que os salários ganhem a corrida do preço dos víveres, com inflação universal mais comportada —vagar. É difícil esperar queda grande do preço da comida, em tumulto global faz anos, por epidemia, guerra e sinistro climatológico.

E daí? Espera-se que Lula tenha isso em mente e não adote “medidas drásticas”, porquê ameaçou. Até agora, os ministérios da Cultura e da Rancho têm contido ideias doidivanas. Mas sabe-se lá o que virá.

Mexer em preços, tentar achatá-los de modo sintético, dá em besteira. Por que alguém vai plantar mais, digamos, arroz, se o governo vai bulir com preços? Não vai. Mesmo medidas que não são nocivas, porquê zerar impostos de importação, são irrelevantes diante de problemas estruturais, agravados pela desvalorização do real (por motivo dos EUA, mas piorada por bobagens do governo).

O governo pode descobrir também que, dada a safra recorde e preços talvez em queda, a solução agora seria fazer estoque ou adotar medida de efeito similar. Não é. A maioria dos víveres não se presta à estocagem, que custa dispendioso.

O país em universal não tem problema de aprovisionamento, é grande exportador, tem transacção extrínseco livre (e, pois, preços livres, o que dificulta a regulação por estoques) etc. Estoque resolve problema pontual.

Por falar em arroz, o preço do grão baixou 4% em um ano. Qualquer refrigério. Pouco. Desde o início de Lula 3, mas não por responsabilidade do governo, o arroz ficou 32% mais dispendioso (nesse período, o salário nominal médio aumentou 19%). Nos últimos cinco anos, desde o início da epidemia, o arroz ficou 100% mais dispendioso (o salário nominal médio aumentou 43%).

O preço médio da comida (“alimento no morada”) até cresceu menos do que o salário desde o início de Lula 3 (9,7% contra 19%). O lucro salarial poderoso e os preços comportados dos víveres em 2023 ajudaram muito, até meados de 2024, quando a comida voltou a encarecer.

Mas a legado de peste, guerra e secas ainda é pesada. Subida média de 58,4% na comida, em cinco anos, diante de subida de 43% nos salários nominais (e subida do IPCA universal de 34,8%). Subida de 55% nas carnes, de 53% no frango, de 65% em leite e derivados, de 92% no óleo de soja, de 182% no moca. Altas que batem na rosto e no estômago do povo miúdo.

Dá para notar que o problema é maior, vetusto, persistente. Não vai melhorar com essas medidazinhas do governo, que talvez queira passar para o povo a sensação de que se preocupa.

Se grudar, colou. Importante, ressalte-se, seria que os salários continuassem a crescer em ritmo mais rápido do que a inflação, porquê no primícias do governo. Agora, temos inflação resistente e risco de que o rendimento do trabalho cresça mais vagarosamente. O governo colhe problemas que plantou na política econômica. Que não jogue mais sal na plantação.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul inferior.



Acesse a fonte

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas

Sair da versão mobile