Mistérios
O mistério egípcio que John Lennon mantinha na sala de moradia
No meio de um dos lares mais emblemáticos da música, repousava um artefato tão velho quanto intrigante. No apartamento 72 do Prédio Dakota, em Novidade York — residência de John Lennon e Yoko Ono a partir de 1973 — um sarcófago egípcio de três milênios ocupava lugar de destaque, envolvido por uma atmosfera de contemplação.
A peça, acomodada em uma caixa de acrílico sobre um pedestal branco, ficava exposta no Salão Branco, o envolvente mais simbólico do imóvel. Minimalista e sombrio, o espaço refletia a estética japonesa adotada por Yoko Ono, que também era responsável por toda a decoração.
Segundo Elliot Mintz, companheiro próximo do par, o sarcófago teria sido a última múmia autorizada a deixar oficialmente o Egito, antes que o país proibisse a saída de suas relíquias arqueológicas. A presente está registrada no livro John, Yoko e Eu, recém-lançado no Brasil.
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Mintz relembra ter sugerido ao par que fizessem um raio-X na peça, curioso sobre o que poderia estar escondido ali. Yoko, no entanto, descartou a teoria com uma resposta enigmática: “A coisa mais valiosa ali é a magia da múmia.”
O fascínio do par por arte e simbolismo sempre foi evidente. Além do sarcófago, o apartamento abrigava uma coleção significativa, que incluía obras de artistas uma vez que René Magritte, Fernand Léger, Tamara de Lempicka e Andy Warhol — algumas delas disputadas até por governos europeus.
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O contraste entre o piano branco usado na gravação de Imagine e o artefato milenar reforça a maneira única uma vez que Lennon e Yoko misturavam espiritualidade, arte e história em seu cotidiano. No Dakota, pretérito e presente coexistiam em silêncio, envoltos por uma aura quase mística.