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O legado de um pontífice em movimento emociona o mundo em seguida sua partida
Aos 88 anos, o papa Francisco faleceu na madrugada desta segunda-feira (21), encerrando uma era marcada por posicionamentos ousados, viagens emblemáticas e uma estável procura por reconectar a Igreja Católica ao mundo contemporâneo. Desde que assumiu o trono de Pedro em 2013, Jorge Mario Bergoglio se destacou por imprimir um estilo pastoral próximo, sem penetrar mão de temas sensíveis e necessários.
Eleito o primeiro papa latino-americano da história, Bergoglio abraçou bandeiras sociais de forma inédita. Falou publicamente sobre os direitos da população LGBTQIA+, o papel das mulheres dentro da estrutura eclesial e as urgências dos refugiados. Em um congresso no Vaticano, reforçou: “No mundo, onde as mulheres ainda sofrem tanta violência e desigualdade, a instrução feminina é temida, mas necessário para o desenvolvimento humano. Rezemos e nos comprometamos com isso.”
Santos do tempo presente
Durante seu papado, Francisco também deixou marcas simbólicas ao reconhecer figuras contemporâneas uma vez que exemplos de santidade. Em 2019, canonizou Mana Dulce, a primeira santa brasileira nascida no país. Um ano depois, iniciou o processo que culminaria na canonização de Carlo Acutis, jovem italiano espargido uma vez que o “padroeiro da internet”, cuja santidade será oficializada em abril de 2025.
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Franqueza diante da dor
Um dos capítulos mais desafiadores de seu pontificado foi o enfrentamento dos escândalos de abusos sexuais dentro da Igreja. Com discursos firmes e ações concretas, uma vez que a geração de mecanismos de denúncia e novas normas disciplinares, o papa declarou: “A Igreja deve ter vergonha e pedir perdão. Deve agir com humildade cristã para que isso nunca mais se repita.”
Pontes entre religiões e povos
Francisco foi um promotor incansável do diálogo inter-religioso. Encontros com representantes muçulmanos, judeus e de outras tradições cristãs marcaram sua liderança. Ele acreditava que “a verdadeira fraternidade se constrói com reverência às diferenças e introdução ao outro”, e defendeu que a fé deveria unir, e não dividir.
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Reformas internas e presença global
No coração da Igreja, promoveu mudanças profundas. Reorganizou a Cúria Romana e criou órgãos de controle para combater desvios financeiros, com o objetivo de tornar o Vaticano mais transparente e funcional.
Seu espírito propagandista o levou a visitar mais de 50 países em todos os continentes habitáveis, tornando-se um dos papas que mais viajaram na história. Entre os momentos marcantes está sua visitante ao Brasil, em 2013, quando atraiu milhões de pessoas à Praia de Copacabana durante a Jornada Mundial da Juventude.
Contra o excesso e pela tranquilidade
Crítico do consumismo, ele frequentemente alertava para os riscos de uma sociedade distraída pelas aparências. “Dominados por uma maré de distrações e publicidade, corremos o risco de negligenciar o que é necessário”, disse em uma de suas últimas mensagens de Natal.
Em tempos de guerra, sua voz se uniu ao clamor por tranquilidade: “Que a guerra seja banida e que as armas se calem para dar espaço ao diálogo”, afirmou em diversas ocasiões, sempre com apelos por soluções diplomáticas e humanitárias.
O mundo se despede de Francisco com a certeza de que seu papado moldou uma novidade lanço para a Igreja, em que tradição e renovação caminharam lado a lado.