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O governante bêbado é que governa com sobriedade – 12/04/2025 – Ricardo Araújo Pereira

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Sempre que alguém diz que fazem falta mais mulheres na política porque elas exercem o poder de forma dissemelhante, eu puxo do meu feminismo e discordo veementemente.

As mulheres não exercem o poder de forma dissemelhante porque são fundamentalmente iguais aos homens. No que diz reverência a estadistas, alguns dos maiores facínoras da história eram do sexo feminino.

Quem faz falta na política por verdadeiramente treinar o poder de forma dissemelhante não são

mulheres. São os bêbados.

Eis uma teoria sobre a qual a ciência política não tem se debruçado. Há um pouco no governante bêbado que o torna paciente e tolerante. É a minha ideologia, agora: o “embriaguismo”.

Winston Churchill nos salvou da prenúncio nazista com o bucho pleno de champanhe, uísque e vinho do Porto. Governou a Grã-Bretanha com um copo de conhaque numa mão e um charuto na outra.

Adolf Hitler não tocava numa pingo de álcool nem fumava. Não é por contingência. É verosímil que não seja humanamente verosímil encaminhar um país e se manter são, mais ainda durante uma guerra, sem estar ligeiramente embriagado.

Tenho percebido que as pessoas com quem discuto essa teoria relutam em aceitá-la. Pois muito, apresento o argumento decisivo: Boris Ieltsin. Tenho muitas saudades de Boris Ieltsin. Foi presidente da Rússia sem agastar ninguém.

Talvez também alimentasse uma animosidade contra a Ucrânia e se praguejasse contra os ucranianos depois do jantar, prometendo invasões e chacinas. Mas depois ia para a leito e no dia seguinte não se lembrava de zero. Quem preferem que dirija a Rússia: um bêbado ou Vladimir Putin?

Há uma importante aviso, para quem quiser juntar-se a mim no movimento em prol do

“embriaguismo”. Nós somos em prol de estadistas bêbados, mas repudiamos por completo os estadistas que parecem estar bêbados. São formas de governar muito diferentes.

Por exemplo, Donald Trump parece estar bêbado. Não serve. A imposição de tarifas de 125% é uma teoria de bêbado que passa no dia seguinte.

A menos que o bêbado não esteja bêbado, o que é o caso. Ao passo que as medidas do governante bêbado são aprazíveis, as medidas do governante que parece bêbado despertam nos cidadãos o libido de se entregarem ao alcoolismo, o que é nocivo. O governante bêbado é que governa com sobriedade.


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