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Mulher ganha espaço em ferrovia porquê maquinista e mecânica – 08/03/2025 – Sobre Trilhos

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“Não há limites para a mulher na ferrovia, a mulher pode fazer qualquer setor, qualquer função.” Assim define a presença feminina nos trilhos a maquinista Natália Thomaz de Omena Lima, 39, que há um ano conduz um trem da Rumo Logística e disse ter encontrado no sistema ferroviário o repto que procurava em sua curso.

Universo outrora exclusivamente masculino, as ferrovias passaram a racontar nos últimos anos com mulheres em funções porquê manobradoras, maquinistas e mecânicas, num movimento crescente em concessionárias de transporte de cargas e de passageiros. Na Rumo e na CCR Metrô Bahia, elas já somam um terço dos cargos de chefia.

“Palato do repto, de olhar para trás e ver aquela formação toda que estou conduzindo, é uma sensação de obrigação cumprido quando entrego a formação em segurança no lugar indicado”, afirmou Natália, que antes de chegar à Rumo trabalhou no setor administrativo de uma empresa de transportes, foi faxineira, babá, vendedora e vigilante, até chegar à ferrovia.

O interesse surgiu quando trabalhava numa empresa terceirizada que atendia a Rumo e viu homens manobrando um trem. Decidiu parar e conversar com um dos funcionários, que afirmou que a empresa estava abrindo vagas para mulheres no setor.

Passou por treinamentos em Araraquara e em Rio Claro, até trabalhar na Baixada Santista. Em seguida quatro meses porquê manobradora, surgiu a proposta de conduzir a máquina. Voltou a Araraquara para o curso, até assumir uma formação.

O caminho trilhado por ela faz segmento de um movimento intensificado nos últimos cinco anos na empresa, e que culminou no ano pretérito com a formação da primeira turma de maquinistas, com muro de 40 mulheres, segundo a executiva Bruna Alcântara Perpétuo, vice-presidente de Gente, Cultura & Segurança da Rumo.

“O sonho do maquinista não é só do varão, o maquinista é muito enamorado pela profissão, o ferroviário é muito enamorado”, afirmou.

A Rumo hoje tem em seu quadro 1.250 mulheres, o que representa um desenvolvimento de 15% em relação a um ano detrás. São manobradoras, maquinistas, mecânicas e eletricistas, entre outras atividades.

Em 2022, elas eram 830. Dos 300 líderes existentes no grupo, 30% são mulheres, de tratado com Bruna, e duas —ela inclusive— ocupam cargos de vice-presidência.

Isso aconteceu de forma acelerada nos dois últimos anos e tem porquê exemplo a construção da ferrovia estadual em Mato Grosso, que deverá ser concluída no início da próxima dez. No lugar, elas atuam em funções porquê engenheiras, projetistas e na superfície de segurança do trabalho.

“A gente está nesse momento de transformação da sociedade, em que a gente começa a ocupar posições mais pesadas, de liderança, a Rumo foi se abrindo para esse movimento até de forma originário […] Quando você cria um grupo diverso, cria possibilidade de desenvolver ideias e opiniões distintas que tornam uma tomada de decisão mais assertiva”, disse a executiva.

Já no metrô que atende a capital baiana, Salvador, e Lauro de Freitas, 32% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres e, segundo a CCR Metrô Bahia, o objetivo é ampliar a presença feminina na empresa.

Operadora de trem já há nove anos e nove meses, Steffane Souza Guimarães disse se sentir muito lisonjeada e orgulhosa de desempenhar a função.

“Satisfeita e muito feliz por ter chegado até cá. Mesmo sendo uma função tradicionalmente masculina, me sinto totalmente capaz de trenar não só essa função, porquê muitas outras porque sou poderoso e muito determinada e, com essa mandamento de uma mulher guerreira que sou, entendo que não existem funções de varão e de mulheres, mas sim funções que precisam de pessoas que atuem todos os dias motivadas a fazer dar claro”, disse.

Para crescer a presença feminina, a concessionária afirma que tem investido também na sensibilização do público masculino para a mudança.

O sistema ferroviário baiano transporta mais de 400 milénio passageiros por dia em 38 quilômetros de trilhos, que passam por 22 estações e 10 terminais integrados.

Steffane afirmou que sempre gostou de trabalhar com pessoas e entende que o operador de trem, além de ter uma responsabilidade muito grande nas mãos, “também transporta ali milhares de pessoas com sonhos e objetivos de vida diferentes”.

“Foi aí que me encantei e decidi me preparar para o processo seletivo interno. Apesar de saber que poderia enfrentar diversas dificuldades, de saber que teria que me esforçar muito, pois a função exige não só seriedade, mas muito autocontrole para mourejar com todas as intercorrências do dia a dia, eu estava disposta a superar tudo isso, porque o repto é justamente o que me move, me torna mais poderoso, mais resistente e me faz evoluir porquê pessoa e porquê profissional.”


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