A grande magia do futebol é unir arte e ciência, o planejamento e a imprevisibilidade, a certeza e a incerteza. Se o louvado tivesse expulsado o zagueiro Lyanco em seguida pisar no braço de Dudu, no clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, a história da partida tinha tudo para ser dissemelhante por razão da grande vantagem de ter um jogador a mais. A maioria das pessoas opinou em prol da expulsão de Lyanco, no que concordo.
Gabigol foi expulso merecidamente. Ele mostrou mais uma vez o seu descontrole emocional, pois foi expulso outras vezes nos últimos anos atuando pelo Flamengo.
Até os 30 minutos do primeiro tempo, quando o jogo estava 0x0 e cada equipe tinha 11 jogadores, havia um estabilidade, sem luz. A única clara chance de gol foi do Cruzeiro, perdida por Gabigol. Em seguida a expulsão do atacante, o Atlético-MG pressionou, uma vez que se esperava, e venceu por 2×0. Cássio falhou no primeiro gol.
Até os 30 minutos, quando Cruzeiro e Atlético-MG tinham o mesmo número de jogadores, os dois times mostraram que precisam evoluir se quiserem ter chances de lucrar um grande título, uma vez que o Brasileirão. Hulk, mais uma vez, foi o destaque do jogo, com dois gols. Ele une talento e força física, consequência de seu porte físico e seriedade profissional.
Cuca foi rútilo ao trocar um zagueiro por mais um atacante, além de recuar um dos meio-campistas para iniciar as jogadas de trás, já que o Cruzeiro tinha unicamente Mateus Pereira mais avançado. É o que o ex-treinador Militão poderia ter feito quando o Botafogo ficou com um jogador a menos desde o início, na final da Libertadores.
A enorme valia dos treinadores na formação, comando, escalação e condutas durante as partidas é inquestionável. No entanto, em jogos mormente equilibrados, detalhes esporádicos, imprevisíveis, mudam a história de uma partida, uma vez que a expulsão de um jogador, um erro do louvado e dezenas de outros fatores.
Quando o time vence por razão de um pormenor ocasional, o técnico é bastante elogiado pelas condutas. Quando o time perde, ele é criticado, mesmo por ações que não tenham nenhuma valia. Comentaristas, muitas vezes com ótimos argumentos, tentam descobrir uma única razão estratégica para explicar as atuações e resultados, uma vez que se o treinador fosse o único responsável pela vitória ou pela roteiro. Para os analistas, justificar a história do jogo por fatores inexplicáveis seria negar a ciência. O possibilidade e a ciência andam juntos.
Uma das dificuldades frequentes dos técnicos é conviver durante as partidas com o imprevisível, com o que não foi planejado nem ensaiado. Entram em pânico. Uma das grandes virtudes de um treinador é ser capaz de, diante de surpresas que ocorrem durante o jogo, tomar atitudes não programadas.
Nas duas últimas eliminações do Brasil nas Copas, em 2018 e 2022, para a Bélgica e para a Croácia, seleções que não estavam entre as favoritas, fatores imprevisíveis contribuíram bastante para as derrotas do time brasílio.
Muitos treinadores, geralmente os veteranos, mesmo atualizados, preferem as condutas baseadas em suas experiências positivas do que na evolução da ciência esportiva.
É o negacionismo científico, o pensamento mágico, de descobrir que a verdade está sempre no que acreditam.