Esporte
Mudança no cômputo da vontade faz preço disparar e pode tarar no bolso
Embora a quadra típica das chuvas tenha começado muito, em dezembro, desde a metade de fevereiro as previsões meteorológicas passaram a mostrar uma redução considerável das chuvas e um término antecipado do período úmido. Março confirmou as projeções, e deve ter chuvas inferior da média histórica em todo o país.
Por isso, mesmo os lagos das hidrelétricas estando até com maior quantidade de chuva (chama-se vontade armazenada, no linguajar específico do setor elétrico) do que estavam um ano detrás, os preços estão mais de R$ 300 por megawatt-hora (MWh) mais caros. Em 16 de março de 2024, o PLD médio no Sudeste/Núcleo-Oeste era de R$ 61,07/MWh, o mínimo daquele ano, e os reservatórios dessa região estavam com 62% da capacidade totalidade. Um ano depois, o PLD médio nessa região foi de R$ 409,69/MWh, e a vontade armazenada chegou a 67% da capacidade máxima.
O Sudeste/Núcleo-Oeste é sempre usado porquê referência porque concentra quase 60% do consumo do país e muro de 70% da capacidade de armazenamento das hidrelétricas. Outra mudança de março foi que a diferença de preços entre regiões cresceu significativamente. O Sul e o Sudeste/Núcleo-Oeste estão com preços mais altos, e o Setentrião e o Nordeste, que estão gerando mais nesse período, estão com preços no mínimo deste ano, de R$ 58,79/MWh.
O ONS, responsável pela operação do sistema, afirma que as mudanças nos modelos computacionais estão resultado numa operação mais aderente com a verdade e com o que o operador “vê” no seu dia a dia.
Os agentes privados, principalmente os que trabalham com comercialização de vontade e têm áreas específicas voltadas para operação e preços, apontam inconsistências e problemas técnicos. Outrossim, muitos estimam que o mercê do aumento tão grande de preços não vale o dispêndio, porque seriam ganhos de armazenamento muito limitados.
O impacto no mercado livre deve ser significativo, com ajustes em contratos de grandes consumidores e até mesmo para os chamados varejistas — consumidores com conta de luz de muro de R$ 10 milénio, que passaram a poder comprar vontade de qualquer fornecedor desde 2024 e certamente não contavam com essa volatilidade.