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Mandante da morte de delator do PCC tinha escolta de PMs
Quando não podia ir ao restaurante para jantar ou comemorar o natalício com amigos, o criminoso convidava o chef da cozinha para ir a um de seus endereços: um luxuoso apartamento no Jardim Anália Franco, na região do Tatuapé, zona leste de São Paulo.
Uma das comemorações foi filmada pelo próprio Gritzbach. Ele era um dos convidados da sarau no imóvel do criminoso. Ambos eram próximos até dezembro de 2021, quando o também narcotraficante Anselmo Becheli Santa Fausta, 38, o Face Preta, parceiro de Cigarreiro, foi assassinado.
Gritzbach foi réu de mandar matar Face Preta. Segundo a Polícia Social, ele investiu R$ 100 milhões em criptomoedas da vítima e desviou o numerário. Cigarreiro ficou inconformado com a morte do parceiro, morto a tiros no Tatuapé.
O criminoso ligado ao PCC e ao CV sequestrou Gritzbach com outros parceiros e o levou para um cativeiro também no Tatuapé. Gritzbach foi liberado, mas passou a tolerar ameaças de morte. Para a Polícia Social, ele foi assassinado a mando de Cigarreiro, em vingança à realização de Face Preta.
Mesmo procurado, Cigarreiro também tinha o hábito de marchar pelas ruas do Tatuapé, sempre escoltado por PMs. Ele nunca foi importunado por policiais civis no bairro. O narcotraficante era ousado e tirou três RGs com nomes diferentes em São Paulo.
Com o nome verdadeiro, gerenciou a rádio Street FM em plena avenida Paulista, 1.776, um dos principais cartões postais da cidade de São Paulo. Ele esteve na emissora nos dias 13 de junho, 30 de agosto e 5 e 9 de setembro de 2024, como divulgou esta coluna.