Esporte
Inter, gigantesca, passa de uma semifinal épica que ninguém merecia perder

O Barcelona é um time espetacular, que permite nascente tipo de eliminatória. Porque marca com linhas altas (altíssimas), arrisca, tenta sufocar o inimigo lá em cima e acaba jogando no risco dos contra ataques sofridos. Foi assim o ano todo. Com Lamine Yamal (o próximo ET), Raphinha (em temporada de ET) e Lewandowski (que fez muita falta na semifinal), Olmo, Pedri, De Jong, gente que joga muita esfera por trás, o Barça foi garantia de gols e diversão o ano todo. Basta lembrar de outros épicos, contra Benfica, Atlético, Real Madrid…
A questão realmente era o risco defensivo. E também alguma falta de qualidade defensiva. Ou, no mínimo, de experiência para controlar alguns jogos incontroláveis.
O Barça parecia pronto para lucrar a sexta Champions League de sua história, exatamente por ter nascente DNA de loucura. Times assim são ótimos para mata-mata, porque são capazes de golear ou buscar déficits em qualquer momento.
A Inter, evidente, o outro lado da moeda, um time que sofreu somente um gol em oito jogos na tempo de liga da Champions – o Barça marcou 28 na mesma tempo, ou seja, melhor resguardo de um lado, melhor ataque do outro. O Barcelona se despede da Champions com 43 gols marcados em 14 jogos, uma média absurda. A melhor resguardo não conseguiu parar o melhor ataque. Levou seis gols em dois jogos!
A chave é que a Inter fez sua secção do outro lado do campo para cima da vulnerabilidade do Barça. Thuram e Lautaro Martínez fizeram uma eliminatória inacreditável, mas não só eles. O que expressar de Dumfries, lateral que jogou do jeito que se tem que jogar em um 3-5-2? O que expressar de Di Marco, o que expressar de “refugos” porquê Çalhanoglu e Mkhitaryan.
Sim, esta Inter é melhor do que a de 2010, mesmo que talvez não faça a mesma história. E é uma evolução da Inter de dois anos detrás, que chegou à final da Champions e deu um trabalho danado para o City de Guardiola. Não era acidente. É uma construção. E a enésima prova de que esse jogo que amamos é cada vez mais de times, cada vez menos de indivíduos.