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Heleninha Roitman e o alcoolismo retratado na TV – 17/03/2025 – Vida de Alcoólico

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A vida em sobriedade é completamente dissemelhante daquela alcoólica ativa. Consigo ler e permanecer atenta a séries e novelas. Dias detrás vi o trailer da próxima novela das nove, o remake de “Vale Tudo“, de 1989, que vai ao ar no termo do mês. A grata surpresa é poder seguir novamente a vida da Heleninha Roitman, na versão original interpretada por Renata Sorrah, e agora por Paolla Oliveira.

Nas minhas farras etílicas, já me servi muito da personagem. Lembro ter imitado algumas cenas e feito zombaria da dificuldade dela de parar de tomar. Era petiz quando a romance estreou. E, simples, não esqueço do mistério mais famoso: quem matou Odete Roitman? E tampouco de flashes da história da Heleninha, a mulher completamente desacreditada porque bebia muito.

Já me fantasiei de Heleninha no Carnaval e também em sarau à fantasia. Achava muita perdão. Mas minha vida mudou, me descobri alcoólico e tudo adquiriu um novo sentido. O trailer nas redes da TV Globo mostra a novidade Heleninha saindo de uma clínica e tentando resistir ao álcool.

Fiquei animada em seguir a romance, em próprio os desafios da Heleninha. Hoje sei que eu poderia ser ela, sem precisar me fantasiar. Já passei por alguns momentos em que tive que resistir à bebida. Até que não tomar não era mais uma escolha, era uma premência. E foi muito triste quando percebi que a bebida teria que trespassar de cena. Àquela profundeza, percebi que sozinha seria muito difícil e precisei ser internada.

Foram algumas internações e, assim porquê vi no trailer, a saída da clínica sempre foi muito desafiadora. Quando fui internada pela primeira vez, ao voltar para a vivenda da minha mãe encontrei flores de boas-vindas. Mimo da minha mana, que depois me confessou que estava receosa de porquê eu iria trespassar.

É difícil mesmo. Primeiro porque ao permanecer internada não é verosímil se legar com qualquer pessoa de fora. Eu vivia uma verdade à secção. Estava ali justamente para olvidar qualquer coisa da minha vida. As roupas eram sempre aquelas que minha família me enviava, meio por contingência. O banheiro era em universal compartilhado com todas as internas, as refeições seguiam uma dieta de engorda. Eu sempre chegava nas clínicas muito mais magra do que o habitual —nos piores momentos de borracheira eu só bebia, não comia. Quando me sentia muito fraca, tomava vitamina ou iogurte; comida sólida, nunca. Daí, quanto mais eu bebia, mais raquítica eu ficava.

Esse lado importante da minha vida é meio secreto, não saio contando por aí, é um tabu mesmo. Ter esse tópico porquê tema no horário sublime da TV Orbe é muito importante. Sinto que toda vez que estou ali retratatada em um personagem é uma vitória para esclarecer mais sobre o alcoolismo. Lembro ter ouvido o Drauzio Varella ressaltar da prestígio de falar sobre tabagismo no Fantástico — a série alcançou muita gente, e consequentemente muitas pessoas pararam de fumar.

Heleninha Roitman entrará em cena, acredito, vivenciando um estágio avançado da doença, porquê foi o meu. E a romance vai mostrar as consequências de suas atitudes. Vou vibrar vendo a romance. Já estou ansiosa pelo dia 30. Minhas noites serão muito muito aproveitadas. Viva a Heleninha!


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