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Gisèle Pelicot é celebrada, mas milhares são atacadas

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Avançamos, sem incerteza. Mas a vergonha ainda não mudou de lado.

Gisèle Pelicot precisou das provas que o próprio marido registrou para promover comoção mundial. Precisou ser estuprada por ao menos 50 homens, durante décadas, e precisou que a polícia investigasse e expusesse os crimes para obter reparação.

O tribunal do siso geral logo aprovou a francesa porquê uma sobrevivente merecedora de justiça. Uma mulher de família, que era casada e só permaneceu com o seu abusador por não saber das violências que sofria. E que tinha provas materiais, imagens comprovando o seu martírio.

Enquanto isso, quantas são silenciadas porque sua termo não basta? Quantas gritam implorando por justiça e são atacadas? Que nível de violência é necessário para que se defenda a liberdade sexual de uma mulher?

No Brasil, são raras as sobreviventes acolhidas com saudação depois que os seus casos vêm a público. Qualquer desculpa funciona para proteger um abusador: orgulho vernáculo, motor econômico da cidade, operador de milagres, jogador milionário, padroeiro dos direitos humanos, galã de romance… E qualquer desculpa serve para desacreditar uma mulher.

Muitas têm, sim, a coragem de Gisèle Pelicot. Pouquíssimas são consideradas dignas de reparação.



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