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Fiquemos com o melhor de Mario Vargas Llosa: a sua literatura

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Postei isso nas redes e as respostas mostram porquê Llosa conquistou a surpresa dos leitores com romances diferentes, escritos em diversos momentos da trajetória de mais de seis décadas.

“A Sarau do Cabrão”, o meu grande Llosa, é de 2000. “As Travessuras da Moça Má” é de 2006. “A Cidade e os Cachorros”, de 1963. “A Guerra do Término do Mundo”, de 1981. “Tia Júlia e o Escrevinhador”, de 1977. “Pantaleão e as Visitadoras”, de 1973. “Conversas no Catedral”, de 1969. Isso para permanecer em alguns dos títulos mais citados porquê fundamentais por colegas.

Em fevereiro de 1964, depois ler “A Cidade e os Cachorros”, o mexicano Carlos Fuentes, outro gigante da literatura latino-americana, compartilhou sua empolgação com Llosa. Elogiou o livro por fugir de sermões e moralismos. Também afirmou que o porvir do romance vivia na América Latina, lugar onde tudo estava para se proferir. A mensagem faz segmento de “Las Cartas del Boom”, livraço ainda inédito no Brasil.

Fuentes foi além. Falou do fracasso das ideologias, de suas contradições, do paradoxo de quem “nega a tragédia e sai a combater a injustiça e a implantar a razão”. Pessoas que, depois, amanhecem “com as mãos cheias de injustiça em nome da justiça e os olhos cegados, outra vez, pela loucura invocada em nome da razão”. Completou: “não é essa visão trágica a única capaz de abraçar a verdade?”

Muitas vezes, cheios de certezas, atropelamos os demais para tentar impor nossas convicções inabaláveis. Fica fácil enxergar as mazelas, contradições e podridões alheias enquanto nos envaidecemos com nossa autoproclamada superioridade moral. Serve para gente de todo espectro ideológico, cegada pela loucura de sua própria razão.

Llosa, pessoa física, não escapou desse tormento terreno. Mas, fundamental para um repórter, nos momentos mais brilhantes da curso entregou aos leitores uma literatura que apresenta olhares multifacetados para envolver toda essas contradições, fugindo de discursos fáceis e manipulações canhestras.



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