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Felipe Neto presidente, o clássico ‘1984’ e uma vez que não ser equivocado nas redes

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No dia seguinte, jornalistas e influencers foram convidados para o lançamento do livro “1984”. A obra já havia sido lançada pela Audible na versão narrada (por Octavio Miller) na estreia da plataforma. Agora, o lançamento é original, com atores, atuação, sonoplastia e trilha sonora —essa última gravada nos estúdios Abbey Road (sim, aquele dos Beatles). Toda a face de radionovela, com porta que bate e estrondo de ósculo. Lázaro Ramos, Mateus Solano e Milhem Cortaz fazem secção do elenco masculino de vozeirões potentes. Alice Roble é a protagonista feminina da história. Os beijos, ela explica, eram beijados em sua própria mão, para fazer estrondo.

O Big Brother malvado

Foi George Orwell que inventou uma sentença que está no dia a dia do brasílio há mais de 20 anos: o big brother. O grande irmão em seu livro, escrito em 1948, simboliza uma ronda de pensamento. Tudo que todas as pessoas fazem é monitorado dentro dos apartamentos por teletelas. Se no reality a teoria é que seja risonho, no livro é aterrorizante. A contravenção do protagonista é comprar um caderno em branco e inscrever, escondido das câmeras, uma vez que ele vê esse presente. 1984, o ano, só aconteceria 35 anos depois do lançamento do bestseller. Se à era a ronda de pensamento ainda parecia ficção científica, hoje, 41 anos depois, parece real. “A literatura é a maior arma que uma sociedade tem para enfrentar o autoritarismo. Os livros têm o poder de transformar esse país”, disse Felipe ao revelar que a promessa de candidatura era unicamente a divulgação do audiolivro.

“Ele não passava de um fantasma solitário exprimindo uma verdade que ninguém nunca ouviria”, diz um trecho do livro físico que tenho cá na estante, com o nome da minha tia e a data na folha de rosto: 1978. Ela, que nasceu quando Orwell lançava a obra, tinha quase 30 anos quando leu. “Não é fazendo ouvir a nossa voz mas permanecendo são de mente que preservamos a herança humana”, diz outro trecho grifado por ela —mais ou menos o que Felipe diz hoje na internet a reverência da literatura.

“Expor mentiras deliberadas e nelas confiar piamente”, “A peta sempre um passo além da veras”, “Estagnar o curso da história” são outras frases destacadas. Fica imaginando o que foi para ela, no término da ditadura, ler a invenção de Orwell. Hoje, as frases que a impressionaram parecem ter saído de qualquer estudo sobre o impacto das redes sociais em nosso cérebro. Um tratado sobre fake news quando o tio do zap estava no ensino fundamental.

Mateus Solano, na coletiva, explica que uma das máximas do “Partido” do livro, “Liberdade é escravidão”, pode ser invertida para entender a nossa relação com o algoritmo hoje. “Escravidão também é a liberdade que a gente tem para transpor de lar e comprar um celular, decidindo qual é a próxima teletela que vai nos enganar”, ele afirma. Eu ordinário a cabeça e scrollo a minha telinha com mais vergonha que vontade.



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