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Em dois meses, o mercado sai do pânico para alegrias – 18/02/2025 – Vinicius Torres Freire

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De janeiro para fevereiro, o clima mudou. Mudou pelo menos na finança. Não foi da chuva para o vinho, mas para chá de camomila, até porque, nas expectativas ou nas esperanças de segmento da escol, a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva foi para o vinagre e por lá ficaria.

O dólar vale menos do que R$ 5,70. Um dia antes de Fernando Haddad anunciar o pacote fiscal, custava R$ 5,81. Devolveu, pois, mais do que o excesso do pânico de dezembro, quando chegou ao pico de R$ 6,27. Na mediana da previsão de “o mercado”, ficaria em R$ 6 no final deste 2025.

As taxas de juros de dois a cinco anos no mercado de moeda caíram em torno de 0,8 ponto percentual, de mais de 15% ao ano para perto de 14%. É relevante. O que houve, segundo administradores do moeda grosso e porta-vozes mais qualificados?

Um: cá e alhures, foram desmontadas operações financeiras baseada na hipótese de fortalecimento do dólar, que ficaria mais potente por justificação de subida agressiva das “tarifas” de Donald Trump etc. “Robôs” que animavam subida ainda maior do dólar, surfando nessa expectativa, agora operam ao contrário.

Dois: a diferença grande das taxas de juros no Brasil em relação às do mundo rico passou a atrair moeda, embora até dezembro “o mercado” dissesse que não seria assim, por justificação “do fiscal”. “O fiscal”, que de vestimenta deixou marcas em inflação, dólar e juros em 2024, por ora está varrido para insignificante do tapete.

O preço de banana de ações e títulos de dívida animam também esse movimento. Por falar nisso, nesta terça, o Tesouro Nacional fez grandes “captações”, com sucesso em termos de interesse dos endinheirados e taxas.

“Captação”: venda de títulos de dívida, empréstimos, tanto em reais quanto em dólar —o Tesouro fez a primeira captação externa do ano.

Três: ficou mais potente a sentimento de que o Banco Central não levará a Selic para alturas ainda mais sufocantes, além de 15,50%. Por quê?

Quatro: porque a desaceleração da economia teria começado. Haveria contração do PIB no segundo semestre. Não quer expressar que a desaceleração, menos ainda unicamente indícios determinaria o porvir da Selic, mas o BC pisaria no freio com zelo.

Cinco: parece maior a possibilidade de itinerário do governo em 2026.

Para quem tem moeda ou lida com ele, é isso que as nuvens políticas e financeiras parecem expressar. Nessa especulação, parece difícil que Lula se recupere seu prestígio, dadas a desaceleração, a ligeira piora no serviço e a inflação persistente em 2025.

Os indícios de desaceleração são poucos: quedas de indústria, serviços e negócio no final de 2024; baixa da crédito de consumidor e empresas em janeiro; bancos prevendo desenvolvimento menor do crédito; juros básicos em níveis recordes.

Haverá um cabo de guerra. O governo quer a isenção do IR, o Gás para Todos, o consignado para dezenas de milhões, remunerar o Pé-de-Meia etc. O efeito político das medidas é incerto, dada a má vontade com Lula, mas não parece de se jogar fora. Pode ser que um Congresso mais indócil e ainda mais desligado do fado do governo barre projetos que favoreçam o presidente. Enfim, se houver excesso no crédito ou no gasto, o tiro sairá pela culatra.

É bom lembrar que o ano mal começa, que Jair Bolsonaro deve ser réprobo e que Trump está solto. Águas vão rolar, muito além do Carnaval. Mas o clima mudou neste terço final de verão.


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