Conheça a última cidade do México que ainda possui a cultura de desenterrar ossos no dia dos mortos

Na pacata cidade de Pomuch, situada na Península de Yucatán, no México, a morte não representa somente o término, mas sim uma prolongação do vínculo com os que já partiram. Com pouco mais de 10 milénio habitantes, o município retém uma prática antepassado e profundamente simbólica: a limpeza dos ossos dos familiares falecidos.

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Às vésperas do Dia dos Mortos, comemorado anualmente em todo o país, os moradores de Pomuch se reúnem no cemitério sítio para realizar um ritual comovente. Eles abrem cuidadosamente as caixas mortuárias, retiram os ossos dos entes queridos e, com delicadeza, limpam cada migalho de pó. Demais, depositam as ossadas em tecidos limpos e coloridos, simbolizando o afeto e a perpetuidade dos laços familiares.

Conforme os mais velhos explicam, o rotina reflete uma visão místico na qual a morte não separa, mas une. Assim, o gesto de limpar os ossos é visto porquê uma forma de manter viva a memória e reafirmar a presença dos que se foram. Aliás, o ritual expressa a crença de que o desvelo com os mortos traz estabilidade e simetria às famílias.

Nos últimos anos, Pomuch passou a receber visitantes curiosos que desejam presenciar o ritual. Entretanto, esse crescente interesse turístico divide opiniões. Enquanto alguns veem na prática uma oportunidade para valorizar a cultura sítio, outros temem que o caráter místico do rotina seja diluído, transformando-se em mera atração mercantil.

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Apesar das mudanças, muitos moradores se esforçam para proteger o verdadeiro significado da tradição. Aliás, defendem que a limpeza dos ossos continue sendo um ato de paixão, saudação e perpetuidade familiar — e não um espetáculo. Dessa forma, Pomuch segue equilibrando pretérito e presente, mostrando que a morte, ali, é tratada com ternura e devoção.