O Ibama determinou que a Setentrião Vigor reduza a vazão de chuva na hidrelétrica de Belo Monte, o que resultará na redução de geração de vontade, obrigando o governo a utilizar a sobra de usinas do Sudeste no momento em que se prevê recordes de temperatura —e consumo— na região.
O redirecionamento será a selecção para retardar, ao sumo, a contratação de termelétricas —cuja vontade custa muito mais dispendioso do que a média por MW (megawatt), o que pesa na conta do consumidor.
A decisão do Ibama foi tomada pela diretoria de licenciamento ambiental posteriormente a interrupção de uma das duas linhas de transmissão de Belo Monte. No termo de janeiro, a rede Xingu-Terminal Rio foi derrubada devido a estragos causados por chuvas e precisou ser refeita.
Nesse período, houve uma redução na vazão do rio Xingu que gerou aumento em Volta Grande, no Sudeste.
13 milhões de afetados
Nesse período foi preciso acionar térmicas para que a demanda de vontade nos grandes centros consumidores fosse atendida. Um único dia de contratação de térmicas custou R$ 30 milhões a mais na conta dos consumidores.
O controle da vazão, segundo técnicos do governo, equivale a uma restrição de 2,4 GW (gigawatts) médios, o que daria para atender 13 milhões de consumidores. São Paulo tem tapume de 12 milhões de habitantes.
A traço de transmissão foi restabelecida, mas o Ibama decidiu que a vazão do rio deveria ser mantida no mesmo patamar uma vez que forma de prometer a reprodução de peixes na região.
No ofício enviado à concessionária, a diretora Claudia Jeanne da Silva Barros afirma que essa modificação abrupta do nível da chuva ocasionou impactos à ictiofauna e sua reprodução.
No documento, obtido pelo Tela S.A., o Ibama afirma que a retomada abrupta do nível da chuva e o rebaixamento do nível durante o período do defeso, que se estende de 15/11/2024 a 15/03/2025, pode ocasionar novos eventos de perda de desovas e alevinos nas piracemas no rio Xingu.
Isso gera “um efeito deletério na reprodução de peixes da região, com consequências socioambientais relacionadas à pesca e segurança nutrir das populações que ali habitam”, diz o ofício.
“Desta forma, determino que a Setentrião Vigor mantenha o nível da chuva atual até o final do período de defeso e, outrossim, evite o rebaixamento declivoso da vazão posteriormente esse período”, escreveu a diretora.
Com Stéfanie Rigamonti