A quem tenha se ofendido

Com a repercussão, Mauricio negou ter sido o responsável da postagem. Depois, distante pela Band, resolveu assumir e cometer mais um pedido de desculpas desses que poderiam nunca ter sido escritos.

“Peço desculpas a ela, a seus eleitores e a quem mais tenha se ofendido”, escreveu o narrador depois de manifestar que respeita Hilton. Não, não respeita e poderia ter nos poupado dessa risca também.

Mas logo não vale pedir desculpas? Vale muito.

Só que um suposto pedido de desculpas que faça uso do noção “a quem tenha se sentido ofendido” não é um pedido de desculpas. Vejam: pedir desculpas é se implicar integralmente no erro. Implicação exige autorresponsabilização. Assim, manifestar “se alguém se ofendeu eu peço desculpas” é unicamente se soçobrar na fraqueza e na falta de compreensão do que aconteceu.

“Peço desculpas por ter ofendido” seria um bom primícias. Porque usar o recurso do “caso você tenha se ofendido, eu me desculpo” é seguir responsabilizando a vítima. Você aí, que se ofende por zero: foi mal. Posso seguir com a minha vida agora?

Talvez não devesse. Errar é humano, mas buscar as razões do erro, encarar o espelho, cutucar as próprias sombras e nessa jornada se tornar um varão mais decente é percorrer um caminho divino. Quantos de nós fazemos isso? Poderia iniciar com um pedido de desculpas honesto. Mas isso parece ser vasqueiro.