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A arte de desistir aplicada aos investimentos; aprendendo com Annie Duke – 27/01/2025 – De Grão em Grão

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Você já parou para pensar que, muitas vezes, teimar em um pouco pode ser mais prejudicial do que mudar de rota? É geral ouvirmos que, nos investimentos, a persistência é a chave para o sucesso. Mas e se a habilidade de desistir fosse, na verdade, uma estratégia ainda mais poderosa? Essa é a provocação do livro “Desistir: É Libertador Saber Quando se Distanciar”, de Annie Duke.

Para quem não a conhece, Annie Duke é uma ex-campeã de pôquer e perito em tomada de decisões. O pôquer é um jogo onde desistir na hora certa pode valer a diferença entre lucrar ou perder tudo – uma habilidade que ela traz para o mundo dos negócios e investimentos. No livro, ela explora o noção de “dispêndio afundado”, aquele erro clássico de persistir somente porque já investimos tempo, moeda ou esforço em um pouco, mesmo sabendo que a direção está errada.

Nos investimentos, o dispêndio afundado é um dos vieses mais comuns. Imagine o seguinte: você investiu em um ativo esperando que ele subisse, uma ação, por exemplo. Os meses passam e ela só acumula perdas. Ainda assim, você decide mantê-la, pensando: “Já perdi tanto, agora não faz sentido vender”. Só que faz, e muito.

O mercado financeiro é implacável, e a melhor decisão muitas vezes é concordar a perda para redirecionar seus recursos para um pouco com mais potencial. A ilusão de “restabelecer” o que foi perdido nos prende em uma insídia emocional, enquanto o dispêndio de oportunidade – o que poderíamos lucrar ao investir em outra opção – se torna cada vez maior.

A autora dá exemplos práticos de uma vez que teimar em decisões ruins pode ter consequências severas. Pense em empresas que insistiram em produtos ultrapassados, uma vez que máquinas de fax ou telefones fixos, enquanto a tecnologia já avançava para outros caminhos.

No mercado financeiro, um pouco semelhante ocorre com investidores que mantêm ativos perdedores porque “já chegaram até cá”. O resultado, invariavelmente, é perder oportunidades melhores por teimar no que não dá mais retorno.

Mas uma vez que saber quando é hora de desistir? Annie Duke sugere que tomemos decisões baseadas no cenário atual e no potencial horizonte, e não nas perdas passadas. Atitude que, frequentemente, abordo cá nesta pilastra.

Um exemplo é o caso de quem investiu em algumas ações brasileiras nos últimos anos. Quando as taxas de juros subiram, teimar nesses ativos sem recalcular o dispêndio de oportunidade foi um erro que custou dispendioso para muitos.

A mensagem principal do livro é clara: desistir não é fraqueza, mas estratégia. Isso significa ter coragem de permitir que erramos, recalcular o caminho e redirecionar nossos recursos para decisões mais promissoras. Uma vez que a autora destaca, o tempo e os recursos são finitos, e desperdiçá-los insistindo em escolhas ruins é uma das maiores armadilhas financeiras.

Se você está recluso a investimentos que não performam uma vez que esperado, pergunte a si mesmo: se começasse do zero, colocaria moeda nesse ativo hoje? Se a resposta for não, talvez seja hora de liberar espaço na carteira para um pouco mais promissor. Lembre-se, teimar cegamente em um pouco não é estratégia, é inércia. E desistir, quando feito de forma consciente, pode ser o passo mais inteligente em direção ao sucesso financeiro.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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