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XP: polêmica com investimento revela mercado infantilizado – 16/03/2025 – Marcos de Vasconcellos

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Bastou um relatório, um documento assinado por uma empresa da qual pouca gente ouvira falar, e a XP Investimentos virou o objecto —no mau sentido— do mercado financeiro. Analistas da Grizzly Research, dos Estados Unidos, acusaram a corretora de sustentar seus lucros com algo parecido com um “esquema de pirâmide” e, porquê escreveu Vinícius de Moraes, “de repente, do riso, fez-se o pranto”.

As ações da XP, negociadas na Nasdaq, sofreram uma queda expressiva (mais de 5%) posteriormente a divulgação do documento. A corretora, lógico, correu para se tutorar. Acusou os signatários de divulgarem informações “falsas, incorretas e imprecisas” e disse que tomará “todas as medidas legais cabíveis” contra a Grizzly.

A partir daí, foi uma explosão de “analistas analisando a estudo da mansão de estudo”, uma chuva de opiniões e posicionamentos, porquê se fosse um pouco obrigatório para estar no mercado de investimentos falar sobre a tese.

Você já deve ter lido ou visto a qualquer vídeo sobre o tema. Em resumo, filtrando os termos feitos para invocar a atenção, porquê “esquema de pirâmide” ou “esquema ponzi”, a Grizzly acusa a XP de sustentar grande secção de seus lucros —registrados em dois fundos em que ela é a única cotista— somente com a ingressão de moeda da venda de novos produtos para clientes, não com a emprego do moeda propriamente dita.

O retorno dos fundos é realmente impressionante (mais de 2.400% em cinco anos). Muito supra de outros fundos com a mesma serventia, de corretoras e bancos concorrentes. E a ingressão de moeda pela venda de produtos a seus clientes é mesmo precípuo para tamanho retorno. Daí a manifestar que os lucros da companhia dependem de um esquema de pirâmide porquê o de Bernard Madoff parece exagerado.

Mas não escrevo para dar minha opinião sobre o relatório. A grande questão é que esse caso, ao virar um “Fla-Flu” de investidores e profissionais se posicionando publicamente em resguardo ou contra a XP, parece manifestar mais a saudação do nosso mercado do que sobre as empresas diretamente envolvidas.

Todo esse rebuliço em torno de uma única estudo mostra porquê nosso mercado se comporta de maneira infantil ao tratar do “short selling” —a aposta nas quedas das ações.

A Grizzly vive disso. Não é a única, nem a maior. Esses “short sellers” buscam problemas em empresas listadas na Bolsa, assumem posições vendidas e, depois, divulgam relatórios com os problemas encontrados. Se suas teses forem muito aceitas pelo mercado e os papéis caírem, elas lucram com a operação.

A existência de pessoas e empresas buscando erros, fissuras e problemas nas empresas listadas em Bolsa é obviamente positiva para o desenvolvimento do mercado. Caso contrário, o investidor seria forçado a embasar suas escolhas olhando somente o que a companhia quer mostrar.

Se bastasse a inspeção das auditorias —porquê Deloitte, PricewaterhouseCoopers (PwC), Ernst & Young (EY) e KPMG— nas contas das empresas, não teríamos casos porquê a fraude das Americanas ou os desvios da Petrobras, descobertos anos posteriormente terem ocorrido.

Tratar investimentos porquê time de futebol, sendo “contra ou em prol” uma empresa ou um relatório, não vai te ajudar em zero, nem vai melhorar nosso mercado financeiro.


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