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Viúva de vítima da ditadura recebe indenização 52 anos posteriormente assassínio

Cinco décadas depois do assassínio do estudante José Carlos Novais da Mata Machado, militante da Ação Popular Marxista-Leninista (APML), sua viúva, Maria Madalena Prata Soares, recebeu uma indenização de R$ 590 milénio da União. O pagamento encerra um processo judicial iniciado em 1999, que reconheceu a responsabilidade do Estado pela morte ocorrida em 28 de outubro de 1973, no DOI-CODI do Recife.
Prisão e tortura
Publicado porquê “Zé”, o jovem tentava evadir da repressão militar quando foi tomado. Na mesma noite, outros integrantes da APML, porquê Gildo Macedo Lacerda e Oldack Miranda, também foram presos. Zé e Gildo morreram sob tortura na madrugada seguinte.
Antes de ser morto, Zé deixou uma última mensagem ao companheiro Rubens Lemos:
“Se puder, avise aos companheiros que não abri zero.”
A versão solene da estação alegava um troada — incidente forjado e espargido porquê “Teatro da Caxangá”.
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Guerra da família
O pai do estudante, Edgar da Mata Machado, professor da UFMG e deputado federalista cassado pelo AI-5, iniciou uma luta para localizar o corpo, encontrado em uma sepultura anônima no Cemitério da Várzea. Com base da advogada Mércia Albuquerque, os sobras mortais foram levados para Belo Horizonte, mas somente na dez de 1990, com a brecha da Vala de Perus, a identidade foi confirmada oficialmente.
Reconhecimento e legado
O Estado reconheceu formalmente a responsabilidade em 2003, mas somente em 2023 a União esgotou recursos e a indenização foi liberada. O jurisconsulto Eduardo Diamantino destacou o caráter simbólico da reparação:
“Embora tardia, representa um passo importante na procura por justiça.”
Nascido no Rio e radicado em Belo Horizonte, Zé estudou Recta na UFMG, foi líder estudantil e vice-presidente da UNE. Reconhecido porquê morto político em 1996, teve sua trajetória registrada no livro “Zé – José Carlos Novais da Mata Machado” e no longa-metragem homônimo dirigido por Rafael Conde, lançado em 2023.