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Vamos tirar o BC do flá-flu político – 25/03/2025 – Bernardo Guimarães

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Na semana passada, o Copom decidiu gabar a taxa Selic em 1 ponto percentual, e ninguém ficou surpreso.

Na sequência, indagado sobre a decisão, o ministro Fernando Haddad jogou a responsabilidade pelo aumento de juros no pescoço do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e ninguém ficou surpreso.

Esta poste não é sobre essa enunciação e essa reunião. É sobre quão descolado da verdade está o flá-flu político em torno do Banco Meão.

Pelas declarações de políticos –e de integrantes do mercado financeiro–, pode até parecer que os diretores do Banco Meão indicados por Lula e Bolsonaro são uma vez que membros de dois partidos dentro do BC: cada grupo com suas posições sobre política econômica teria lados opostos nas discussões e pontos de vistas distintos sobre a economia.

Isso não existe, é uma ficção.

Lula e o PT criaram e alimentaram essa narrativa. Aí, em uma reunião do Copom no meio do ano pretérito, os quatro diretores do Banco Meão indicados por Lula votaram de uma maneira enquanto Roberto Campos Neto e os outros quatro diretores indicados por Bolsonaro votaram de outra. A diferença entre as decisões era pequena, 0,25%, mas secção significativa do mercado financeiro tomou uma vez que um sinal de que o Banco Meão a partir de 2025 seria leniente com a inflação.

A visão do BC uma vez que palco do flá-flu político, dominante nas redes sociais, conquistara mais adeptos.

Desde logo, as decisões do BC têm sido unânimes –eu acho que é para evitar ruídos uma vez que aquele. Gabriel Galípolo tomou posse na presidência no início do ano e zero mudou na transporte da política monetária.

Defensores da tese do flá-flu vão expor que esse aumento de juros de trajo havia sido indicado no ano pretérito. Sim, mas é muito improvável que essa indicação do aumento de juros no início deste ano tenha sido decidida à revelia de Galípolo –e mais provável que tenha sido feita para facilitar o trabalho dele, que tomava posse sob suspicácia de muitos. Até porque essa indicação de aumento de juros poderia ter sido revertida, ou o aumento poderia parar agora –e não vai.

Está na hora de quem alimentou ou acreditou nesse flá-flu político reconhecer que essas ideias não correspondem aos fatos.

Diretores do Banco Meão com frequência saem da liceu. Por isso, conheço vários diretores e ex-diretores (e, provavelmente, futuros diretores) do BC. Da atual constituição do Copom, conheço quatro. Todos os que conheci tinham o genuíno interesse de fazer o melhor provável. Diferenças de visões existem, sempre, uma vez que não poderia deixar de ser, mas não me lembro de discordâncias ligadas a questões políticas.

Gráficos nos jornais e na TV com a trajetória da inflação no tempo sempre mostram as fotos dos presidentes “responsáveis pela inflação de cada período”.

O Executivo pode de trajo fazer bastante para ajudar a sustar ou fabricar inflação –na política fiscal, no gerenciamento dos bancos públicos uma vez que o BNDES e nas medidas que afetam o mercado de crédito, por exemplo. Várias dessas medidas afetam a inflação manante, outras afetam o porvir. Em universal, elas dependem do Legislativo.

Porém, a discussão de política econômica seria mais saudável se entendêssemos que, nos últimos anos, o Banco Meão não é palco de embate político.


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