Esporte
Uma vez que é participar da percentagem de cotas raciais da USP

Há ainda duas outras formas de entrada às vagas de graduação na USP: a nota do Enem e o Provão Paulista, uma avaliação seriada aplicada anualmente a estudantes do ensino médio da rede pública de São Paulo. No caso dessas duas modalidades, a avaliação é feita logo que ocorre a pré-matrícula no curso, entre janeiro e abril.
Os casos mais evidentes, em que as pessoas são claramente brancas ou pretas, são simples de determinar. Os casos de pessoas autodeclaradas pardas — que o ministro Barroso classificou uma vez que “zona cinzenta” para a emprego da política de cotas — exigem cautela. A instrução é que, quando houver incerteza sobre o fenótipo, deve-se respeitar a autodeclaração.
O voto de cada integrante é secreto e registrado em um sistema da universidade. Diante de cada foto, o membro da percentagem escolhe entre duas opções: “capaz” ou “inconclusivo”. Cada percentagem tem cinco integrantes, e vale a maioria simples: se o candidato tiver três ou mais votos de “capaz”, ele pode se matricular. Se tiver menos, vai maquinalmente para outra percentagem, onde o processo se repete: três ou mais votos “capaz”, matrícula liberada. Menos que três, o candidato é chamado para uma oitiva virtual.
A oitiva virtual é uma chamada em vídeo em que o vestibulando lê sua autodeclaração para a percentagem. É uma lanço importante para tirar dúvidas, porque, às vezes, questões uma vez que iluminação, definição da imagem ou maquiagem podem trazer imprecisão à estudo. Depois da oitiva, ocorre uma novidade votação — agora, os integrantes da mesa escolhem entre “capaz” ou “inapto”.
Avaliação por quatro comissões
Não acaba aí. Candidatos com o pedido indeferido podem acionar uma terceira percentagem, a recursal, formada também por cinco integrantes. Essa percentagem analisa os recursos, que, a seguir, vão para uma votação no Recomendação de Inclusão e Pertencimento, que pode manter ou virar o resultado da recursal.