Plano manifestar o óbvio, mas banana não é ovo. Se você leu a reportagem da Folha que propõe a substituição em receitas dos ovos (pois caros) por ingredientes veganos, por obséquio medite. Talvez seja melhor consumir um tanto totalmente dissemelhante.
Não é implicância privado minha com o texto em questão, é um incômodo com um cacoete empregado por toda a prelo, no Brasil e fora daqui. Sempre que o preço de qualquer maná sobe além do razoável, surgem matérias propondo a substituição por um tanto mais barato.
É um serviço válido, desde que faça sentido e funcione. Nem sempre é o caso.
Você pode trocar óleo de girassol por óleo de soja. Óleo por manteiga, a depender da receita. Não dá para substituir tomate por morango —um tanto que meu pai, ignorante culinário, uma vez quis fazer.
Banana no lugar de ovo só tem qualquer cabimento se você for vegano e, ainda assim, em limitadíssimas preparações. A economia da troca, se existente, é irrisória.
A substituição de ingredientes se dá por três razões: quando a pessoa não pode (ou não quer) consumir determinada coisa, quando a coisa fica faceta demais e quando é impossível comprar a coisa.
Na primeira situação, estão todas as alergias, intolerâncias, doutrinas alimentares e idiossincrasias à mesa. Um celíaco come macarrão de milho com plena ciência de que não é tão bom quanto o de trigo, mas não há zero que ele possa fazer a saudação disso.
No segundo caso, em que se encaixa o ovo, cabe julgar o objetivo da substituição. Às vezes dá para improvisar a selecção nas mesmas receitas, outras vezes não dá.
Peguemos o filé-mignon de boi, um tanto que sempre foi custoso. Se a receita for bife grelhado, dá para usar lombo de porco. Mas não músculo. Faça o músculo ensopado na pressão. Ou coma um ovo frito —ainda é a proteína bicho mais barata que temos.
Finalmente, há as situações em que certos víveres estão indisponíveis. É um tanto muito geral para quem tenta reproduzir receitas estrangeiras.
Cá são raríssimos determinados vegetais: ruibarbo, pastinaca, alcachofra-de-jerusalém. O problema se repete com produtos lácteos, porquê muitos queijos, leitelho e creme azedo. Você tem as opções de desistir da receita, omitir o substância, improvisar com outra coisa ou tentar reproduzir em mansão uma receita industrial.
A receita a seguir vai nessa última opção. Com exclusivamente quatro elementos —nata, iogurte, vinagre e alguma paciência—, você faz creme azedo em mansão. Outros quatro ingredientes, e você tem o molho delícia daquela batatinha gringa.
Rendimento
500 gramas
Tempo de preparo
26 horas
Ingredientes
Creme azedo
300 g de nata (45% de gordura)
170 g de iogurte procedente
1 colher (sopa) de vinagre branco
Batatinha
470 g de creme azedo
2 colheres (sopa) de cebola em pó
1 colher (chá) de sal
Cebolinha francesa
picada, a sabor
1 pacote de batata chips
Preparo
Misture, num pote de vidro, a nata, o iogurte e o vinagre. Tampe com papel-toalha ou tecido recluso com um elástico. Deixe levedar por 24 horas, em temperatura envolvente
No dia seguinte, ponha a tampa no pote e deixe o creme azedo na geladeira por pelo menos 2 horas. Misture cebola em pó, sal e cebolinha francesa. Coma com batata chips ou torradinhas