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Um contraponto aos cálculos de Marcos Mendes para o déficit público

Por exemplo, ao mesmo tempo em que a rubrica de receitas de concessões contém elementos que não se repetem, sempre surgem novas concessões e receitas de outorgas. Ou, pelo lado dos gastos, certas despesas discricionárias podem ser cortadas de maneira livre, mas ao mesmo tempo são executadas em quase todos os anos.
Correções
A seguir, vamos partir do déficit de Mendes, calculado em R$ 243,6 bilhões, para promover as correções que julgamos apropriadas. Ao final, obteremos um novo número, que poderia ser considerado uma espécie de resultado primitivo recorrente para o ano de 2024, com método potencialmente replicável para a série histórica do indicador.
Primeiramente, pela conferência estabelecida com o número do governo, o ideal seria excluir receitas e despesas financeiras, por fim, estamos tratando do resultado primitivo. Assim, porquê há R$ 40 bilhões de dispêndios financeiros na conta do responsável, denominados por ele de gastos parafiscais, subtraímos esse montante da estimativa inicial, chegando a R$ 203,6 bilhões.
Agora, para melhor estabelecer o contraponto ao referido item, vamos julgar o que não é recorrente no resultado primitivo do ano pretérito. Do lado dos gastos, os emergenciais, de murado de R$ 31,5 bilhões, não devem se repetir. Por outro lado, Mendes está correto em incluir dispêndios realizados em 2023 porquê pertencentes ao resultado recorrente de 2024. Especificamente, os R$ 32,3 bilhões em precatórios e os R$ 6,1 bilhões do Programa Pé-de-Meia. Já os referentes à ressarcimento a Estados e Municípios, de R$ 8,7 bilhões, apesar de inicialmente previstos para 2024, são extraordinários.
Dos R$ 31,5 bilhões emergenciais, Mendes considera que R$ 4,4 bilhões em precatórios de 2025 (referentes ao Rio Grande do Sul) não devem ser contabilizados no déficit primitivo de 2024, o que é correto. Assim, esses gastos incrementam seu déficit em R$ 27,1 bilhões. Porquê removemos essas despesas por serem não recorrentes, além da Ressarcimento a Estados e Municípios, o déficit calculado por Mendes já cairia para R$ 167,8 bilhões (203,6 – 27,1 – 8,7).