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Tarcísio lança projecto de governo e de aresto político – 29/03/2025 – Vinicius Torres Freire

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Na semana passada, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), falou em um encontro do pessoal do mercado financeiro. Falou de política e, mais do que isso, de linhas gerais do que é um programa de aresto e de governo. Não se prestou muita atenção.

Fez um balanço de sua gestão. Correto ou não, pode desabar muito nos ouvidos de gente que vai das elites econômicas até o meião do eleitorado. Goste-se ou não do que propõe ou faz, fala de modo racional. Até se congratula por sucessos na vacinação (pois é) e em programas sociais —não é Jair Bolsonaro. Na prática, está construindo pontes em direção a vários universos políticos do país.

No caso de a direita conseguir um por ora dificílimo aresto para se livrar de Bolsonaro e varrer para debaixo do tapete a sujeira da barbárie bolsonarista, essa fala pode ter sucesso. Governo e esquerda em universal não estão prestando atenção ao clima que se vai criando.

Quanto a Bolsonaro, que Tarcísio labareda de “líder” e “simples”, sua conversa foi para públicos além da seita. Diz que o “Brasil precisa de uma de pacificação, até porque a gente está presa a uma agenda [polarização, processo do golpe] que não vai nos levar a lugar nenhum”. Assim, “estamos deixando de discutir” envelhecimento da população, longevidade, reforma administrativa, reforma do sistema político, economia do conhecimento, lucidez sintético, transição energética (pois é). “A gente precisa de uma pacificação, de algumas portas de saída”.

Quais? Reequilíbrio dos três Poderes. “Se transferiu muito poder para o próprio Congresso sem se transferir a responsabilidade, o Orçamento foi todo para lá e os Ministérios não têm requisito de fazer política pública”. “Uma vez que é que os gênios vão voltar para as suas garrafas é uma discussão importante, porque senão a gente vai viver uma barafunda institucional.”

Se deu destaque midiático à sátira velada de Tarcísio à isenção do IR, medida eleitoreira, segundo o governador, que anda ele mesmo mais eleitoreiro (“prometeram picanha, está faltando ovo”, disse noutro dia). Tarcísio foi além. Critica em universal a perda de “base” de pagantes de IR, para ele falso em si, para tributar “o capital, vou tributar, o estoque de capital. Ou seja, vou destruir a poupança e impedir o investimento. E aí é o contrato com fracasso, um país que está caminhando para a informalidade”.

Quer e diz fazer em São Paulo “portas de saída” para programas sociais, que estão “explodindo e aumentando o estoque com BPC, Bolsa Família. A gente não está dando a porta de saída, não está emancipando ninguém e a gente vai permanecer cada vez mais restringido”.

A termo de tratar de conserto de contas públicas, elogia logo a motosserra. “A gente precisa fazer o que tem que ser feito, porque vai permanecer uma conta amarga para ser paga lá na frente. Alguém vai ter que chegar e tomar medidas impopulares para poder botar o Brasil no rumo visível. O Milei fez isso com muita propriedade na Argentina“.

“Se você me perguntasse se seria provável trinchar 5% do PIB de despesa do estado em um ano, eu diria que é impossível, e ele fez. Consequência disso, a inflação está caindo e o fluxo de capital aumentou. Ele tem um problema ainda com o câmbio, mas ele está indo muito, está começando a tirar a cabeça do buraco, começando a querer crescer. A inflação foi lá para inferior.”


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