Nos últimos anos, a Spcine tem desempenhado um papel fundamental na transformação do audiovisual em São Paulo. Por meio de iniciativas porquê o Programa de Atração de Filmagens, o Volta Spcine e a Rede Afirmativa, a empresa impulsiona o desenvolvimento econômico e cultural da cidade, promovendo multiplicidade e inclusão no setor.
No entanto, ataques recentes à instituição ameaçam esses avanços e expõem o racismo e a misoginia estruturais ainda presentes no setor. Críticas porquê as publicadas no veículo Tela Viva tentam deslegitimar os esforços da Spcine para tornar o audiovisual mais representativo. Essas reações evidenciam a resistência de uma estrutura que historicamente exclui mulheres negras de posições de liderança e se opõe a mudanças que promovem justiça social e isenção.
Apesar de São Paulo ter 37% de sua população composta por pessoas negras e 52% por mulheres, o setor audiovisual permanece desigual. Dados da Ancine de 2016 mostram que somente 2,1% dos filmes foram dirigidos por homens negros, e nenhuma mulher negra assumiu a direção de um longa-metragem. Esses números reforçam a urgência de políticas de reparação histórica para emendar essa distorção e prometer uma produção cultural que reflita a multiplicidade do país.
A legado escravagista e patriarcal do Brasil impactou diretamente o desenvolvimento de criadores negros e mulheres no setor audiovisual. Sem chegada a recursos, redes de pedestal e incentivos estatais ao longo da história, muitos talentos foram silenciados, impedidos de recontar histórias sob uma novidade ótica. Esse silenciamento histórico ainda se reflete na falta de isenção dentro da indústria, dificultando o reconhecimento e a valorização de vozes negras na produção cultural do país.
Os resultados das ações afirmativas da Spcine demonstram avanços concretos. No edital de longas-metragens de grave orçamento 2019/2020, por exemplo, 52% dos projetos contemplados receberam pontuação afirmativa, ampliando a participação de grupos historicamente sub-representados. Essas iniciativas estão alinhadas às políticas públicas federais e são essenciais para a transformação do audiovisual brasílico.
O setor audiovisual paulista é um dos mais dinâmicos do Brasil, movimentando R$ 5 bilhões no PIB e gerando mais de 57,6 milénio empregos. A Spcine desempenha um papel principal nesse cenário, promovendo um diálogo democrático com entidades representativas do setor. Ignorar sua valimento significa menosprezar décadas de mobilização social pela democratização do audiovisual.
As ações reparatórias promovidas pela Spcine têm respaldo permitido, principalmente pelo Regime da Paridade Racial (Lei n° 12.288/2010), reforçando o compromisso institucional com isenção e justiça social. O sucesso dessas políticas mostra que ainda há muito a ser feito para prometer um audiovisual verdadeiramente democrático.
Proteger a Spcine é proteger um setor audiovisual mais diverso, inclusivo e representativo da verdade brasileira. Para isso, é principal fortalecer lideranças comprometidas com essa transformação e conscientes da exclusão sistêmica que ainda afeta negros, indígenas, mulheres, população LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência no audiovisual.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço “Políticas e Justiça da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Tatiana Costa, Tom Pinho, Maíra Oliveira e Ana Júlia Travia foi “Ninguém Vai Tirar Minha Tranquilidade”, de BK, com participações de Milton Promanação e Melly.