Conecte-se conosco

Esporte

Série ‘Puberdade’ mostra que não sabemos o que fazer – 30/03/2025 – Luiz Felipe Pondé

Published

on



Talvez alguém das ciências humanas devesse expressar que, na verdade, não temos a mínima teoria do que estamos fazendo. Principalmente na educação dos mais jovens, um terreno baldio de modas ideológicas, teóricas e de marketing.

A filosofia, graças a Deus, uma vez que não serve para zero, segundo o filósofo espanhol Ortega y Gasset, é mais livre do que suas irmãs ciências humanas. Por isso mesmo, um filósofo que não tenha sido tomado pela sanha de “transformar o mundo” —esse mau-caratismo travestido de bom-mocismo— pode, no esteio da tradição cética grega, reconhecer que nunca soubemos, ao perceptível, o que fazemos.

Talvez alguém, nas ciências humanas, deveria revelar em viva voz que não temos a mínima teoria do que estamos fazendo com a sociedade, as crianças, os jovens. O mundo sempre esteve à deriva, agora finge que não está.

A série britânica “Adolescência” não é exclusivamente um panfleto contra a misoginia. Provavelmente maior do que o debate público sobre ela, esta série é um exemplo de que não temos a mínima teoria do que estamos fazendo nas escolas e nas famílias. Melhor seria confessarmos logo publicamente.

Alguém do mercado da saúde mental ou da instrução deveria gritar em cimalha e bom som: “sentimos muito, mas não temos a mínima teoria do que estamos fazendo!” Os pais, também, fariam um grande obséquio a si mesmos e aos poucos filhos que ainda restam se confessassem, uma vez que Santo Agostinho o fez lá entre os séculos 4 e 5, “não conseguimos ter controle do que está se passando!”

O debate público dos últimos tempos se tornou miserável uma vez que um drogado que se toma, nas suas obsessões idiotas, por sábio. A tendência é carregar nos tons da misoginia —outra termo da tendência feita para silenciar uma série de outras tragédias, uma vez que ela— e fechar o debate: devemos aprofundar a instrução dos meninos para que deixem de ser violentos.

Declarar que todo menino é violento é um preconceito sagrado das feministas. No entanto, quanto mais se repetir com megafones que devemos torturar os meninos para saberem que são os únicos culpados do mundo ser uma vez que ele é —cá vai um exemplo da nossa miséria, agora temos certeza de que sabemos o porquê do mundo ser uma vez que ele é—, mais revoltados eles ficarão.

Os homens não ficarão imóveis esperando que as missionárias feministas digam quando podem respirar. A verdade é que o convívio na sociedade caminha para o insuportável, e não temos a mínima teoria do que fazer.

O debate público fechará questão em cima de que a única razão de o menino matar a moçoila na série é uma questão de gênero. Os próprios realizadores podem desabar aquém do que fizeram uma vez que arte e acreditarem na versão reduzida do que acontece diante dos nossos olhos.

A trama nos dá inúmeros detalhes de que não temos a mínima teoria do que estamos fazendo nas escolas, nem uma vez que transpor dessa enrascada. A visitante dos policiais à escola mostra adultos abobados diante de adolescentes cínicos, irados, agressivos, de ambos os sexos. A funcionária encarregada de seguir os policiais está mais preocupada com a imagem da escola e possíveis processos contra a instituição do que qualquer outra coisa —preocupação muito generalidade atualmente.

Na série, termos como “incel” e “red pill” aparecem no Instagram dos alunos —olhe no Google se ainda não sabe o que são. “Oitenta por meio das meninas querem 20% dos meninos”, ou seja, quase toda moçoila, na escola, quer o popular, o fodão.

As escolas sempre foram assim, mas hoje se mente sobre isso. A maioria dos moleques são celibatários involuntários, o incel —ou seja, não pega ninguém. Humilhação pública nas redes. Esse ressentimento os leva ao pescoço dos rancorosos “red pill” na machosfera.

Ser capaz de invadir uma moçoila sempre foi um divisor de águas entre “donzelos” e homens no mundo dos meninos.

As redes sociais são uma catástrofe, deveriam simplesmente concluir. Mas, quem quer isso? As militâncias, de todos os tipos de lixo, querem é mais mídias sociais e engajamento.

A psicóloga só quer enquadrar o menino matador de 13 anos nos modelos de violência de gênero. Chega ao contraditório de perguntar a ele “o que você pensa da masculinidade?” Suspeita do pai, uma vez que sempre —”o pai suspeito” é o estereotipo generalidade que serve de argumento para homens jovens não querer ter filhos. A psicóloga, assustada, é secção do problema, não da solução, assim uma vez que os professores.

O último incidente, sobre a família do menino matador, é o melhor: a dificuldade da vida em uma família afetiva e funcional, mas devastada pela contingência e pela impossibilidade de ir além das suas possibilidades humanas.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul aquém.



Acesse a fonte

Continue lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Chat Icon