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seguimos a Suécia ou continuaremos Brasil?

A passagem de preâmbulo desta pilar, no entanto, é a desfecho de uma breve história sobre a Suécia, uma das nações mais igualitárias do mundo.
Até a Primeira Guerra Mundial, a concentração de renda no país escandinavo era tão intensa que gerava distorções absurdas até mesmo no sistema eleitoral. Por lá, somente os 20% mais ricos podiam participar das eleições. E não parava por aí: quanto mais rico, mais votos.
Em pleitos municipais, por exemplo, era geral que um único cidadão tivesse recta a mais da metade das cédulas — “o que o tornava um ditador com perfeita legitimidade democrática”, descreve Piketty em seu livro “Natureza, Cultura e Desigualdades”.
Esse perigoso enlace entre poder econômico e poder político só seria encerrado com a conquista do votação universal em 1920, depois uma intensa mobilização liderada pelos sindicatos e pelo jovem partido social-democrata, que sairia vitorioso das eleições de 1932.
Daí por diante, uma série de reformas instituíram tributos progressivos, que cobram mais dos mais ricos, e transformaram a Suécia em um dos países mais igualitários do mundo. Atualmente, a alíquota máxima do Imposto de Renda por lá é de 52,9%, segundo dados da consultoria KPMG. Os recursos cobrados do topo da pirâmide foram revertidos para serviços públicos, porquê saúde e instrução.
Isenção de lucros e dividendos estimula fraudes trabalhistas e impacta Previdência
Mas voltemos ao Brasil. Por lei, desde 1995, sócios de empresas não pagam qualquer tributo na chamada “distribuição de lucros e dividendos”, uma benesse que existe em pouquíssimos países do mundo.