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Rostro de dor – 10/04/2025 – Suzana Herculano-Houzel

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Foi tentar subir um degrau pondo peso no joelho já meio mambembe, e eu ouvi o estalo, seguido de dor aguda, a ponto de eu ter que sentar na escada para respirar e esperar a dor passar. E logo passou –mas eu me peguei capengando devagarzinho, respirando falso só com o cume do peito, e mais: fazendo o que eu aprendi recentemente que é a sentença facial da dor.

As partes do meu cérebro que organizam meu comportamento obviamente ainda estavam sentindo dor, mas “eu”, não. Porquê pode?

É um problema um tanto parecido com o que afeta quem lida com animais, sobretudo animais de laboratório que às vezes são sujeitados a procedimentos dolorosos em nome de descobertas em prol do bem-estar humano. Não há uma vez que obter um relato direto do que um camundongo sente quando é submetido a sons muito altos (faz segmento de pesquisas sobre surdez) ou injeção de substâncias inflamatórias (sem as quais não há uma vez que se desvendar novas drogas contra a dor), muito menos saber se a sua sensação de dor é semelhante à nossa.

Mas há uma vez que saber quando o que quer que ele esteja sentindo é tão intenso que afeta seu comportamento –e portanto, detectar essa mudança no comportamento passa a servir uma vez que indicação de que o que está falso é muito provavelmente o que chamamos de “dor”, seja lá uma vez que ela for percebida conscientemente pelo camundongo.

Há mais de uma dez que a neurociência reconhece que a sentença facial reflete estados de dor, e, em tempos de inteligência artificial, vários laboratórios estão desenvolvendo algoritmos para detectar e quantificar a sentença de dor em humanos, e com grande sucesso. Finalmente, as “bandeiras” faciais da dor são um tanto óbvias, uma vez que o nariz enrugado, a sobrolho franzida e os olhos fechados com força.

Um estudo feito na Universidade da Carolina do Setentrião em Chapel Hill, nos EUA, mostrou em 2024 que um pouco semelhante também funciona em camundongos. O software que eles desenvolveram, disponível em painface.net, revelou que a sentença facial de dor nesses animais tem o nariz enrugado, os olhos espremidos com força, e as orelhas puxadas para trás.

Megan Wood, pesquisadora recém-contratada cá na Universidade Vanderbilt, acrescenta um elemento importante: durante o auge de uma enxaqueca causada por injeção do peptídeo CGRP, camundongos fazem tudo isso, sim –e ficam quietos onde estão, com a cabeça congelada na rostro de dor, a ponto de a carência de movimento do nariz, olhos e orelhas serem os indicadores que melhor correspondem aos efeitos farmacológicos e neurológicos do CGRP.

O que isso tem a ver com meu joelho? Eu cheguei recentemente à epílogo de que não sinto dor uma vez que a maioria das pessoas. É um paisagem publicado do espectro autista, a sensibilidade sensorial alterada. Hipersensibilidades levam toda a notabilidade, mas hipossensibilidades também existem. Isso explica uma vez que no momento eu acho que meu joelho não dói enquanto eu não me mexer –mas, além da minha respiração alterada, minha sentença facial prova o contrário. Ao menos agora que eu sei da rostro de dor, eu posso monitorar se meu cérebro está sofrendo, mesmo que eu não me dê conta.

O que fazer, portanto? Porquê a escolha era matar a lição de pilates programada para permanecer sentada uma hora extra trabalhando na frente do computador e respirando falso, o que só prolonga o estado de dor, fui pro pilates para me obrigar a respirar recta. Acho que ajudou…


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