Revelações do julgamento indicam sofrimento prolongado de Maradona antes da morte

Durante o julgamento que investiga as circunstâncias da morte de Diego Maradona, novos detalhes da necropsia foram apresentados, revelando que o ex-craque teria pretérito por horas de sofrimento antes de falecer em novembro de 2020. O impacto das informações foi tão grande que Jana Maradona, filha do ídolo, deixou a sessão do tribunal visivelmente saída.

O médico emérito e comissário de polícia Carlos Mauricio Cassinelli, que participou da necropsia, afirmou que Maradona enfrentou um quadro de deterioração progressiva, culminando em muro de 12 horas de agonia. Segundo o perito, o coração do ex-jogador pesava 503 gramas, quase o duplo do esperado para um varão de sua idade, devido a uma cardiomiopatia dilatada — quesito que afeta o funcionamento do órgão. Outrossim, foram identificados 4,5 litros de líquido retido no corpo, distribuídos entre pulmões, abdômen e cabeça.

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O laudo reforça que a morte de Maradona não foi um evento repentino, mas o resultado de um processo que se desenvolveu ao longo dos dias. Cassinelli explicou que sinais uma vez que inchaço e dificuldades respiratórias poderiam ter sido identificados precocemente, o que levanta questionamentos sobre a conduta da equipe médica responsável pelo seu tratamento.

Outro prova importante foi o de Federico Corasaniti, patrão do Corpo Médico Judicial do Departamento de San Isidro, que corroborou as declarações sobre a evolução do quadro médico do ex-jogador. Ele ressaltou que a formação de coágulos nas câmaras cardíacas indica um sofrimento prolongado, descartando a possibilidade de uma morte súbita.

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As revelações reacendem o debate sobre a verosímil negligência na assistência médica prestada a Maradona em seus últimos dias de vida, um dos principais pontos investigados pelo tribunal.