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Redes sociais se tornaram um campo de guerra para evangélicas – 07/04/2025 – Juliano Spyer

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Falar sobre o papel da mulher nas igrejas evangélicas é quebrável em si, mais ainda por ser um tema associado à taxa política e ao debate sobre abuso espiritual de pastores e líderes religiosos. Mas há indícios de que a internet se tornou o espaço em que essa disputa acontece.

É contraintuitivo, mas é verdade: falar sobre o papel da mulher é mais quebrável do que debater sexualidade nas igrejas, porque elas são maioria nos templos e são tratadas uma vez que adultos de segunda categoria.

A questão feminina é ambígua. Ao mesmo tempo em que igrejas limitam o poder masculino —exigindo, por exemplo, que o varão abra mão de bares, festas, bebidas e relações paralelas—, muitas comunidades de fé também reproduzem uma perspectiva tradicionalista. Nela, o varão é o líder da lar e a mulher, sua subordinada. Essa visão abre margem para abusos em lar e no envolvente religioso.

A dificuldade para abordar o tema tem vários níveis de complicação. A encetar pelo inspecção bíblico sobre o papel da mulher, considerando que a grande maioria dos teólogos são homens.

Tocar nesse objecto também implica discutir o doesto místico —um tema tabu que, em universal, acaba na resguardo do líder infrator e o agravamento do sofrimento da vítima, frequentemente uma mulher.

Há ainda o paisagem político. O recta das mulheres é apresentado uma vez que taxa “de esquerda” que visa dividir a igreja. O feminismo, nessa tradução, seria a importação da luta de classes para dentro das famílias. E destruir a família é visto uma vez que o maior dos pecados.

A proximidade das eleições presidenciais de 2026 aumenta a pressão em torno desse debate. As mulheres são maioria entre os evangélicos brasileiros. E foi com a liderança de figuras uma vez que Michelle Bolsonaro e Damares Alves que Bolsonaro obteve sete de cada dez votos evangélicos nas duas últimas eleições presidenciais.

Evangélicas tentam contornar essa sinuca. Uma das estratégias é evitar o termo “feminismo” e usar “igualitarismo” uma vez que selecção ao “complementarismo” —a teoria de que homens e mulheres têm papéis diferentes e complementares, cabendo ao varão o papel de líder.

A teóloga Norma Braga apontou, nesta Folha, na semana passada, que a internet se tornou o campo onde essa guerra acontece. Quando o controle masculino das igrejas protege abusadores em nome da preservação da obra, a rede se torna refúgio para as mulheres.

“Quando são antagonizadas pela liderança e até por família e amigos que permanecem na igreja, encontram na internet um lugar para expressar a verdade e receber auxílio. Comunicando-se, percebem os padrões, e muitos abusadores são revelados dessa forma”, escreveu Norma.

Mas quem desafia o sistema não sai impune. Pastores usam as redes sociais para testilhar essas discussões de forma malcriada e vulgar. “Esses são os webcrentes de 4 para a Folha de S.Paulo“, escreveu um deles no X.

Elas estão sozinhas, à direita do feminismo e à esquerda do machismo. Mas uma coisa eu aprendi estudando crentes: se acreditam em uma mensagem, são capazes de morrer por ela.


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