A professora Sabrina Rocha acionou a Justiça contra a operadora Care Plus por práticas abusivas depois o plano de saúde do seu rebento de 13 anos passar por um ajuste anual de 379% —a cobrança saltou de R$ 1.014 mensais para R$ 4.860. Guilherme tem autismo e realiza uma série de terapias essenciais para o seu desenvolvimento por meio do convênio.
Eles vivem em Guarulhos, na Grande São Paulo. À poste, Rocha conta que.ela e o marido, Eli, só descobriram o aumento na cobrança ao conferirem os boletos cadastrados no DDA (Débito Direto Automático) do banco.
A operadora havia emitido um boleto de R$ 8.715 para a fatura referente ao mês de abril. O valor se refere à soma da novidade mensalidade (R$ 4.860) com cobranças retroativas dos meses anteriores (R$ 3.855).
“A gente ia permanecer sem numerário [na conta]”, diz a professora. A epístola enviada pela empresa informando o reajuste só chegou na última terça (25), dez dias antes do vencimento da fatura. O texto dizia que o reajuste anual do projecto de saúde “estava previsto para dezembro de 2024”, mas “excepcionalmente esse ano, teve a sua data postergada para abril”. E que as cobranças retroativas das mensalidades de fevereiro e março seriam “parceladas duas vezes, nos meses de abril e maio”.
Posteriormente uma série de tentativas de contato com o convênio e nenhuma resposta satisfatória, Rocha decidiu acionar a Justiça. Procurada pela poste, a Care Plus não respondeu até a desfecho desta edição.
A professora diz se sente com “as mãos atadas” e que está preocupada com a situação pois não consegue arcar com o novo valor.”A gente depende do projecto. Estou pedindo a Deus para que a liminar [favorável] saia [no processo]. Se não, não tenho numerário para remunerar o convênio. E ele vai permanecer sem terapia”, afirma.
Não é a primeira vez que Rocha entra na Justiça contra a operadora. Em 2023, ela foi informada que o projecto de saúde seria cancelado. Conseguiu uma decisão liminar para virar a revogação, e o processo ainda está tramitando.
No ano pretérito, ela conta que a Care Plus diminuiu o chegada a algumas terapias de Guilherme e ajustou o boleto de R$ 700 mensais para R$ 1.014. Atualmente, o rebento faz fisioterapia, terapia ocupacional e atendimento psicológico pela Care Plus. As sessões de psicopedagogia estão sendo pagas por Rocha.
A deputada estadual Andréa Werner (PSB), ativista pelos direitos dos autistas, denunciou o caso ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A parlamentar pede a sinceridade de sindicância contra a empresa de seguros por reajustes excessivos.
“Há indícios preocupantes de que tais aumentos estariam sendo direcionados mormente a contratos de pessoas com deficiência, o que, se confirmado, configuraria discriminação e violação dos princípios da pundonor da pessoa humana e do recta à saúde“, diz o ofício guiado.
BRINDE
O secretário municipal de Cultura, Totó Parente, se reuniu com livreiros e editores em um jantar na semana passada, em São Paulo. O encontro foi articulado pelo noticiarista Paulo Werneck e ocorreu na mansão do noticiarista e colunista da Folha Antonio Prata. O diretor editorial do grupo Record, Cassiano Elek Machado, e o possuidor da Livraria da Travessa, Rui Campos marcaram presença. O publisher da Companhia das Letras, Otávio Marques da Costa e a diretora da livraria Megafauna Irene de Hollanda passaram por lá.
com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH