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Pintura rara sobre o Brasil colonial é encontrada em celeiro nos EUA e arrematada por valor recorde

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Uma obra que retrata o Brasil do século 17 foi leiloada por US$ 7 milhões (tapume de R$ 39 milhões), tornando-se a pintura mais valiosa já vendida do artista neerlandês Frans Post. O quadro, intitulado Vista de Olinda, Brasil, com ruínas da igreja dos Jesuítas, havia sido oferecido uma vez que perdido por décadas até ser redescoberto, sujo e quase irreconhecível, no sótão de um celeiro no estado de Connecticut, nos Estados Unidos, em 1998.

A tela representa a cidade de Olinda, em Pernambuco, durante o período do Brasil Holandês, sob domínio do conde João Maurício de Nassau. A cena, rica em elementos da fauna e da flora tropical, mistura registros históricos com licenças poéticas, refletindo o estilo que consagrou Frans Post depois sua passagem pelo país.

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Viagem ao Brasil moldou curso do artista

Nascido em Haarlem, na Holanda, em 1612, Frans Post veio ao Brasil em 1637 a invitação de Nassau. Viveu por oito anos no Nordeste, onde documentou paisagens, construções e elementos naturais que serviram de base para dezenas de pinturas ao longo de sua vida. Ao retornar à Europa, tornou-se requisitado por comerciantes e colecionadores interessados em imagens do “exótico” território colonial.

Com o tempo, Post passou a incluir em suas obras composições fantasiosas, reunindo animais, pessoas e estruturas que dificilmente estariam no mesmo espaço. Essa liberdade artística é evidente no quadro recém-leiloado, que reúne ruínas da igreja jesuíta de Nossa Senhora das Graças, escravizados carregando cestos, um tamanduá, um tatu, um grande lagarto, um pássaro branco e até um pé de abacaxi.

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Redescoberta e restauração

A redescoberta da pintura aconteceu graças à atuação do curador George Wachter, que indicou a compra da obra mesmo em condições precárias. “O quadro estava imundo, quase não dava para ver o que era. Mas senti que havia um pouco peculiar”, disse Wachter, em vídeo divulgado pela vivenda de leilões Sotheby’s.

Posteriormente a obtenção por US$ 2 milhões, o parelha Jordan e Thomas Saunders confiou a restauração à conservadora Nancy Krieg, de Novidade York. O processo revelou a riqueza de detalhes escondida sob camadas de sujeira: além das ruínas e figuras humanas, foi provável identificar o Rio Beberibe ao fundo e um firmamento azul vibrante, elementos que, juntos, sugerem mais uma paisagem idealizada do que um registro geográfico preciso.

“É uma obra evocativa, mais próxima de uma memória do que de uma topografia leal”, explica Daria Foner, profissional em pintura antiga da Sotheby’s.

A tela agora entra para a história uma vez que o trabalho mais valorizado de Post, artista que ajudou a perpetuar — ainda que com filtros europeus — a imagem do Brasil colonial nos salões da Europa.



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