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Pegaram você, Jair Bolsonaro, há avalanche de provas – 22/02/2025 – Celso Rocha de Barros

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Para que Deltan Dallagnol conseguisse tantas provas contra Lula quanto as que a Polícia Federal descobriu contra Bolsonaro, teria que ter encontrado uma gravação em que o atual presidente da República discursasse ao PT em 2004 dizendo: “Companheiros, vamos roubar a grana da Petrobras!”; teria que ter inventiva um cofre secreto no sítio de Atibaia com uma placa dizendo “grana que ganhei porquê suborno”; e teria que ter ouvido de Fidel Castro que Lula lhe propôs roubar “mucha plata” para poder repartir “biberones de carajo” nas creches brasileiras.

Zero disso existe. O que existe é o seguinte:

Os comandantes do Tropa e da Aviação disseram à polícia que Jair Bolsonaro lhes propôs um golpe. A minuta de declaração de golpe apresentada aos militares foi encontrada na vivenda do ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres. Torres deixou o ministério no final do ano e tornou-se secretário de segurança de Brasília, sendo, portanto, responsável pela completa inação da polícia no dia 8 de janeiro.

Os celulares de Mauro Cid e Braga Netto mostram, para além de qualquer incerteza, que os dois conspiravam, em nome de Bolsonaro, para que os militares aderissem ao golpe. A polícia encontrou mensagens de Braga Netto ordenando uma campanha para derrubar o superintendente do Tropa que não aderiu ao golpe.

Um projecto de assassinato de Lula foi impresso no Palácio do Planalto, e seu responsável encontrou-se com Bolsonaro logo depois, no Palácio da Alvorada. A polícia encontrou mensagem de Mauro Cid dizendo a um solene golpista, dias antes do 8 de janeiro, que a tentativa de golpe ainda estava em curso. Um manifesto de oficiais golpistas foi lido na Jovem Pan por Paulo Figueiredo, o nepobaby do golpe.

As mensagens de Cid, a auditoria dos militares e a auditoria do PL mostraram claramente que Bolsonaro e seus cúmplices sabiam que as urnas não haviam sido fraudadas. Continuaram a mentir porquê forma de prometer suporte popular ao golpe.

A lamentar na denúncia da PGR, só a escassez, entre os denunciados, da bancada bolsonarista que se reuniu no Congresso em 30 de novembro de 2022 para organizar o golpe. Essa gente continuará infectando a política brasileira, travando nosso progresso econômico, conspirando com outros representantes da Internacional Fascista para destruir nossa democracia.

Bolsonaro nunca fez mistério sobre suas intenções. No cuspe no busto de Rubens Paiva e no voto do impeachment, em live de quinta depois live de quinta, em cercadinho depois cercadinho, em Ustrapalooza na Paulista depois Ustrapalooza, Jair sempre deixou evidente que tentaria um golpe. Qualquer um que não fosse inepto o suficiente para comprar criptomoeda do Milei sabia que o golpe viria.

Para evadir da cana dura, Bolsonaro conta com uma anistia do Congresso. Sua esperança reside em outra de suas criações, o orçamento secreto. O centrão prenúncio o governo Lula com anistia aos golpistas na esperança de que Lula peça a Flávio Dino que pare de investigar a roubalheira das emendas parlamentares dos últimos anos.

Diante da avalanche de provas, o candidato antissistema de 2018 só vai se livrar da prisão se a turma mais violentamente ladra do sistema político brasiliano desvendar um jeito de pegar carona em sua anistia.


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