Para quem se ocupa de curvas de juros, relação dívida/PIB, taxa de câmbio ou de condições financeiras em universal, a “economia” piorou muito no final de 2024.
A volume do eleitorado se ocupa disso? Por que, em pesquisas recentes, preocupações com segurança e saúde sejam muito mais citadas do que desemprego e “economia”? Por que a avaliação de Luiz Inácio Lula da Silva é tão pior que a de governadores dos estados mais populosos, de qualquer partido? Por que, faz unicamente um ano, o governo Lula era melhor do que o de Jair Bolsonaro por 48% a 29% (pesquisa Quaest) e agora é pior por 36% a 45%? Qual miséria, epidemia ou promessa de golpe teria havido?
Não houve mudança na inflação, na viradela do ano, bastante para explicar o desprestígio de Lula 3.
Para 34% dos moradores de São Paulo, violência “é o problema mais grave que o estado enfrenta”. Em segundo lugar, vem a saúde, para 19%. Em terceiro, enchentes, para 12%. Está na pesquisa Quaest de fevereiro. “Desemprego” é o problema mais grave para 6%. Para 5%, é a “economia”.
Para quem vive em Minas, mais grave é a saúde, para 29%; depois, a violência, com 15%. Violência ou saúde estão no topo da lista também para moradores de Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás.
Não parece o retrato de país mais preocupado com a “economia”, um país em que os salários crescem (supra da inflação) porquê não ocorria faz mais de dezena (ainda a 3,7% ao ano em janeiro).
A formulação da pergunta e sua posição na sequência do questionário pode mudar respostas. Na pesquisa CNT/MDA, o “pior desempenho” de Lula é na “economia” para 31,8%, na “segurança pública” para 19,9% e na “saúde” para “12,8”.
Mas o que o entrevistado entende por “economia” e qual teria sido a piora? A economista Zeina Latif escreveu no jornal “O Orbe” que a revolta do Pix pode ter sido uma versão do dedo, menor, das ruas de junho de 2013 (portanto, a popularidade de Dilma Rousseff caiu quase pela metade, da vivenda dos 60% para a dos 30%, em dias).
A campanha da direita sobre o Pix, com mentiras ou suspeitas muito dirigidas, talvez tenha levado segmento do eleitorado a refletir sobre o que acha de Lula 3. Quando passamos a falar de um tópico, temos ideias e mudamos, sabem psicólogos, sociólogos e, faz tempo, até padres católicos (mas não muitos politólogos).
Além de talvez ter provocado o pavor de novidade ameaço qualquer do Estado, o caso Pix pode ter revivido a má recordação do “imposto das blusinhas” e o rumor das revoltas de ricos contra impostos. Pode ter chamado a atenção para o delongado da isenção do IR. O salto dólar basta pareceu um mau sinal no firmamento.
Tudo isso pode ter provocado um momento de reflexão sobre o que Lula 3 propôs de novo ou oferecido a sentimento de que não há esperança de novidade, reforçada pela mesmice do exposição de Lula, notada nas pesquisas (além do mais, segmento da população era muito jovem sob Lula 1 e 2).
Dólar e juros altos no atacado em perceptível momento aparecem no crédito ao consumidor. Ainda não foi o caso, de modo notável, em juros; aliás, o prolongamento do crédito livre e da mesa privada foi grande até agora, novidade em segmento surpreendente, assim porquê foi relevante a subida de consumo, salário, serviço e benefícios sociais.
Se não há unicamente surto de mau humor, Lula 3 vai ter de mudar muito a sua conversa para virar o jogo. Marketing unicamente não basta.