Tem gente que acredita que o mundo dos negócios é uma espécie de ONG disfarçada. Que o investidor tem a obrigação de financiar seus sonhos. Que o sucesso alheio é ofensivo. Que a desigualdade é uma desculpa pronta para a explicação do fracasso próprio.
Mas cá vai uma notícia: ninguém te deve zero. O mercado não liga para sua história, sua origem ou sua dor. O mercado quer resultado. E ponto.
Enquanto uns perdem tempo culpando o sistema, tem gente lá fora acordando às 5h, estudando, errando, tentando de novo, se reinventando e, evidente, vencendo. Não porque nasceram ricos. Mas porque decidiram parar de reclamar e principiar a agir. Gente que entende que a vida não tem botão de feedback social, tem entrega.
O problema não é falta de oportunidade. É o excesso de narrativa. Todo mundo quer palco, holofote e reconhecimento, mas poucos estão querendo ralar no escuro, sem ovação, até fazer ocorrer. Vivemos uma epidemia de profissionais indignados que acreditam que basta levantar uma hashtag para furar portas.
Agora virou voga colocar a culpa no “empreendedorismo tóxico”, uma vez que se buscar lucro fosse perversão e o risco não fosse segmento do jogo. Querem startup com propósito, impacto social, governança ESG, representatividade e lacração, mas esquecem que, sem lucro, ninguém paga nem o cafezinho do coworking.
E o que expor da nova geração que exige tudo: home office, estabilidade, projecto de curso, guarida emocional e um CNPJ? Empreender não é pedir permissão ao mundo, é bancar decisões impopulares, mourejar com a solidão e, às vezes, tomar pancada silente.
Não existe cenário ideal para empreender. Existe coragem. Existe resiliência. Existe quem não espera o invitação e constrói o próprio palco. Existe quem não precisa que o mercado o aceite porque se impõe com cultura.
O empreendedor raiz entende que as regras são duras, mas são as mesmas para todos que decidem jogar sério. Quem performa, sobe. Quem entrega, cresce. Quem aguenta, lidera. Mas quem terceiriza responsabilidade cancela no X (ex-Twitter) e vive na bolha do engajamento vazio.
É fácil mostrar os erros do sistema. Difícil é fazer melhor mesmo com o sistema contra. E, spoiler: tem muita gente fazendo. Tem mulher que venceu. Tem preto que prosperou. Tem pobre que escalou. Mas eles não estão ocupados chorando, ao contrário, estão ocupados faturando.
O sucesso não veio porque o mundo foi gentil com eles. Veio porque eles ignoraram as vozes que diziam “você não pode” e foram lá fazer. Foram rejeitados, desacreditados, sabotados, e ainda assim continuaram. Enquanto isso, outros preferem o conforto de culpar o algoritmo, o racismo estrutural, o patriarcado, o horóscopo e o vizinho.
Quer mudar de vida? Para de esperar que o governo resolva, que a empresa te acolha, que o investidor te salve. Arregaça as mangas. Aprende. Testa. Fatura. Cresça. Ou aceita que você só quer viver e se nutrir da reclamação.
A vida real não passa no feed. Passa nos boletos pagos, nas metas batidas, nos tombos superados.
O mercado não é um projeto social. E sucesso não é sorte, é consequência. Sempre foi. E sempre será.
Uma vez que segmento da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com dois meses de assinatura digital grátis