Às vezes queremos manifestar que é só um Brasil x Argentina para tirar o peso do confronto, mas a verdade é que nunca é só um Brasil x Argentina; ou, no caso, um Argentina x Brasil.
O confronto desta terça (25) vale muito mais que os três pontos —que me perdoem os matemáticos, os quais sempre defendo. Até porque, cá entre nós, os seis primeiros colocados das Eliminatórias Sul-Americanas hoje serão os mesmos seis primeiros colocados amanhã e ao termo das modorrentas 18 rodadas.
Além de Argentina e Brasil, Colômbia, Equador, Paraguai e Uruguai (ordem alfabética) estarão no Mundial de 2026 —podem cobrar leste humilde escrivão, em momento prepotente, em caso de qualquer furo no top 6.
Se a Argentina perder, não vai mudar a cotação do peso nem o sabor do alfajor. Mas o Brasil joga com algumas cordinhas no pescoço.
O confronto da vez contrapõe Lionel Scaloni, o técnico que tem o time na mão e estaria pronto para a Despensa caso ela fosse amanhã (mesmo que estivesse sem o outro Lionel, o Messi), a Dorival Júnior, o professor que ainda está buscando uma base titular, parece depender cada vez mais do outro Júnior, o Neymar, e corre o risco de permanecer desempregado a depender do resultado no Monumental de Núñez.
O que mais depõe contra Júnior, o Dorival, é ouvi-lo manifestar que o time está evoluindo a cada rodada a olhos vistos. Nascente escrivão, de vista operada, não enxergou tal evolução. Entra partida, sai partida, e a seleção brasileira continua com rosto de amontoado de talentos, sempre à espera de uma jogada inspirada de Raphinha, Vini Jr. ou quem for a globo da vez.
Não por coincidência, o presidente Ednaldo Wonka Rodrigues marcou para esta segunda (24) sua protocolar reeleição na fantástica confederação de futebol, antes do duelo.
Uma vez que lembrou reportagem da Folha, de Lucas Bombana, o espertalhão Ednaldo indicou Dorival logo depois de ser reconduzido ao incumbência, posteriormente decisões jurídicas no início de 2024, e tirou completamente o foco de sua capenga governo. Não seria de estranhar se ele começasse um novo procuração com mais um novo treinador.
Curiosamente, foi depois de um Brasil x Argentina que a seleção do lado de lá começou a encontrar a tranquilidade.
Scaloni assumiu a Argentina depois do fiasco na Despensa de 2018, quando foi treinada por Jorge Sampaoli, aquele. Na Despensa América de 2019, ficou exclusivamente em terceiro lugar. Messi era puro traumatismo com a camisa da seleção, pobrezinho.
Para a sorte de Scaloni, porém, a Despensa América não acontece de quatro em quatro anos, mas sim sempre que o cofre da Conmebol precisa ser recheado. Assim, já tivemos outra edição em 2021 —dane-se a pandemia.
Na final, no Maracanã, a Argentina se posicionou perfeitamente para anular o Brasil, do logo professor Tite, e conquistou o título, com gol de Di María. A quebra do jejum de décadas sem título continental tirou o peso do mundo das costas de Messi, que no ano seguinte conduziu a Argentina, e Scaloni, ao título da Despensa no Qatar. Tudo depois de um Brasil x Argentina.
Torcedores corintianos precisarão esperar até quinta para gritar “é vencedor”, ou não. Quem não precisa esperar zero é Pedro Raul, o belo, que fez o gol do título de outro alvinegro vencedor estadual, o Ceará —para alegria de Seu Panini, que já tem destaque guardado no próximo álbum.
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