nosso porvir está nos oceanos da Terreno

O processo é inventivo, mas segue um princípio já muito usado no mundo todo: o ciclo Rankine. Em termelétricas, por exemplo, se esquenta chuva queimando combustíveis fósseis e o vapor de chuva faz remoinhar turbinas, produzindo eletricidade.

Na versão da Otec, os 20°C de diferença da chuva marinha são suficientes para que a chuva quente do mar faça a amônia evolar (amônia ferve fácil), esse vapor gira uma turbina e gera eletricidade. Depois, o vapor de amônia é resfriado pela chuva gelada das profundezas, vira líquido de novo e recomeça o ciclo. Tudo isso sem queimar zero, sem fumaça, continuamente, e sem precisar minerar a terreno.

Se parece futurista demais para você, saiba que, desde os anos 1990, Otec já é usada em lugares porquê o Havaí, Okinawa (Japão), Malásia e Índia — mormente em ilhas, onde o chegada à virilidade e à chuva potável é mais difícil (e dispendioso). Aliás, a tecnologia pode ser integrada a sistemas de dessalinização, cultura marinha, geração de peixes e até produção de provisões com o uso da chuva rica em nutrientes que vem do fundo do mar.

Faz sentido pensar nisso por cá. Entre Salvador e Natal, há regiões do oceano com variação de temperatura e relevo ideais para a Otec. Em Fernando de Noronha, por exemplo, a Otec poderia ser uma opção já que a ilhéu queridinha dos famosos ainda depende principalmente de termelétricas a diesel e tem que dessalinizar chuva.

Ilhas, aliás, são ambientes de grande valia. Elas ensinam, na prática, o que significa viver com recursos limitados, (re)aproveitar tudo, entender que lixo é coisa de humano e que não existe esse noção na natureza.

São miniaturas de planeta – e quando temos tanta dificuldade em nos enxergar porquê natureza, elas oferecem uma oportunidade única. Tudo isso sem precisar embarcar em sonhos interplanetários duvidosos, que custam bilhões, consomem recursos daqui e prometem milagres lá em Marte.