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Neymar fez um no Paulista. Quando surgiu o gol olímpico? – 25/02/2025 – O Mundo É uma Esfera

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Neymar, de volta ao Santos, marcou um gol contra a Inter de Limeira, no domingo (23), pelo Campeonato Paulista, em cobrança direta de escanteio. O primeiro de sua curso desse jeito.

É o chamado “gol olímpico”. Por que esse nome? Tem relação com os Jogos Olímpicos? Com o velho estádio do Grêmio, o Olímpico de Porto Jubiloso?

O nome olímpico para o gol de escanteio surgiu mais de século anos detrás, na Argentina.

Em partida amistosa em Buenos Aires, no estádio Sportivo Barracas (demolido em 1937) no dia 2 de outubro de 1924, os argentinos ganharam dos uruguaios por 2 a 1.

O primeiro gol da Argentina saiu assim: em um pontapé de escanteio, a esfera foi direto para o gol. O responsável: o ponta Cesáreo Juan Onzari (1903-1960), portanto com 21 anos.

A rivalidade entre os dois países no futebol já era grande, e os uruguaios eram considerados os melhores do futebol à quadra, pois tinham ganhado, quando ainda nem existia a Despensa do Mundo (a primeira edição ocorreu em 1930), o ouro nos Jogos de Paris-1924.

A camisa do uniforme do Uruguai é azul-celeste, e a seleção uruguaia ficou conhecida porquê a Sidéreo Olímpica.

Depois da vitória nesse jogo que não chegou ao término, pois os uruguaios abandonaram o gramado aos 41 minutos do segundo tempo depois de torcedores rivais atirarem objetos no campo, a maior memorial na Argentina era do incrível gol de Onzari.

A referência ao tento era “o gol nos [campeões] olímpicos”.

Acabou popularizando-se, entre aficionados do esporte e a prensa especializada, a forma “gol olímpico” para o gol em cobrança de escanteio.

É um gol vasqueiro de ser visto no futebol, assim porquê o de bicicleta (bastante plástico, originário de uma acrobacia) ou o de calcanhar.

Messi, 37, e Cristiano Ronaldo, 40, os melhores do século 21 até agora, não fizeram gol olímpico.

Pelé, o maior de todos no futebol, fez uma única vez, em 1973, na goleada do Santos por 4 a 0 sobre o Baltimore em uma excursão do Santos mundo afora, incluindo passagem pelos Estados Unidos.

Nessa partida, o Rei ainda atuou porquê goleiro, devido à equimose do camisa 1 e à impossibilidade de colocar um suplente.

Outros que marcaram o gol olímpico, entre atletas conhecidos, são o inglês David Beckham, o galicismo Thierry Henry e a norte-americana Megan Rapinoe.

Em clubes brasileiros, o sérvio Petkovic fez pelo Flamengo, Marcelinho Carioca, pelo Corinthians (ambos mais de uma vez), Éder Aleixo (titular do Brasil na Despensa de 1982), pelo Palmeiras. Neto (Craque Neto), hoje apresentador de programa esportivo, anotou tanto pelo Corinthians porquê pelo São Paulo. São alguns exemplos.

Eu passei pela experiência de ver um gol olímpico, uma única vez, presencialmente.

Foi em 1992, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasílico. Quem marcou, pelo Guarani de Campinas, foi o meia Ailton, vencedor brasílio pelo Grêmio, em 1996, fazendo o gol do título.

Na estádio paulistana, Ailton bateu o escanteio da ponta esquerda, com o pé recta. A esfera percorreu pelo ar tapume de 30 metros, fazendo a curva, e encobriu o goleiro Zetti, do São Paulo. O Guarani ganhou por 1 a 0.

Qual a sensação de ver um gol olímpico no estádio? Posso responder por mim, e é mais de uma. De espanto (óóóóó!), primeiramente. De irregularidade do goleiro, na sequência (pois a esfera parece ser facilmente agarrável). E, por término, de pasmo (um lance notável e fascinante).


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